MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
A corte de Jersey chegou ao valor final que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) terá de devolver à Prefeitura de São Paulo por causa de desvios de recursos entre 1997 e 1998 --US$ 28,3 milhões, o correspondente a R$ 57,9 milhões quando se corrige o valor pelo dólar comercial.
A sentença com o valor foi divulgada nesta sexta-feira em Jersey, uma ilha no canal da Mancha, ao lado da Inglaterra.
À época em que a Corte de Jersey condenou Maluf, em 16 de novembro do ano passado, os juízes divulgaram apenas o valor original dos recursos desviados: US$ 10,5 milhões.
Paulo Maluf é fotografado no escritório da Eucatex, empresa da sua família
A corte estabeleceu que esse valor foi desviado em fevereiro de 1998 e corrigiu o montante para a data da condenação (16 de novembro de 2012). Foi aplicada a taxa de juros do Tesouro dos EUA mais 1%.
Maluf também foi condenado a pagar os custos da prefeitura com o processo. Há estimativas de que esse valor possa chegar a R$ 9 milhões, mas a prefeitura ainda não tem um cálculo oficial de quanto foi gasto na contratação de advogados britânicos desde fevereiro de 2005.
Maluf foi condenado a devolver porque a corte de Jersey conclui que ele e seu filho Flávio Maluf controlavam duas empresas offshores que receberam os US$ 10,5 milhões: a Durant International e a Kildare Financial.
Maluf nega ser o controlador dessas empresas. A Justiça de Jersey tem no processo documentos assinados por Maluf
O valor, segundo a justiça de Jersey, foi desviado durante a construção da avenida Àguas Espraiadas (depois rebatizada de Roberto Marinho) entre 1997 e 1998, quando Celso Pitta, indicado por Maluf, estava na prefeitura. A corte frisou na sentença que o desvio foi arquitetado quando Maluf estava na prefeitura, entre 1993 e 1996.
Editoria de arte/Folhapress
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