A corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon,
voltou a criticar nesta sexta-feira "meia dúzia de vagabundos" que
prejudica o Judiciário nacional.
Em palestra para juízes federais em São Paulo na manhã de hoje, Calmon
disse ficar refém de intimidações e diz que isso acontece porque "não se
acredita no sistema".
Sergio Lima - 28.fev.2012/Folhapress
Corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon.
"Muitas vezes, meia dúzia de vagabundos terminam por nos intimidar e nós
ficamos reféns deles. Por que isso acaba acontecendo? Porque não se
acredita no sistema. Ficamos pensando: 'Vou me expor, colocar minha
carreira em risco para não dar em nada?'", perguntou.
Calmon, que foi alvo de críticas de associações de juízes como a AMB
(Associação dos Magistrados do Brasil) e a Ajufe (Associação de juízes
federais) por supostos abusos nas investigações do conselho, pediu a
ajuda aos "bons juízes" para continuar seu trabalho.
"A corregedoria quer apurar, não aceita que isso possa ser escondido,
queremos trazer à luz aqueles que não merecem a nossa consideração",
disse. "Um corregedor não faz isso sozinho. Preciso do meu exército,
preciso dos bons juízes."
As declarações de Calmon acontecem após o ministro Luiz Fux, do STF
(Supremo Tribunal Federal), liberar na última quarta-feira (29),
investigações do CNJ em folhas de pagamento e declarações de renda de
juízes e servidores de 22 tribunais do país.
No fim do ano passado, as apurações foram suspensas por uma liminar do ministro do STF Ricardo Lewandowski.
O embate entre o CNJ e as entidades de juízes abriu uma crise no
Judiciário que colocou em lados opostos ministros do STF. Em fevereiro, o
Supremo reconheceu poderes de investigação do conselho.
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