247 – Acaba de cair uma das mentiras mais mal contadas da história política nacional. Durante anos, o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, disse que não mantinha contas bancárias no exterior. Ele afirmava ainda que daria todo o dinheiro que ali porventura houvesse a quem a encontrasse.
Todos sabiam que era mentira, mas, como sempre foi quase impossível quebrar o sigilo bancário de correntistas em paraísos fiscais, Maluf contava sua mentira despudoradamente, sem medo de ser desmascarado.
Pois a máscara acaba de cair. E o mérito é do jornalista Jamil Chade, correspondente do Estado de S. Paulo em Genebra, na Suíça. Chade viajou às Ilhas Jersey, onde a família Maluf é alvo de uma investigação por lavagem de dinheiro, e obteve a prova de que Maluf movimentou as contas da empresa Durant.
Esta empresa teria recebido cerca de U$S 175 milhões, em recursos desviados da prefeitura de São Paulo, como comissões pagas por empreiteiras. No processo, a família Maluf admitiu ter movimentado os recursos, mas defende que eram fruto de negócios legais – os Maluf são donos da Eucatex.
Se Maluf fosse um homem de palavra, teria agora que depositar todos os recursos da Durant na conta de Jamil Chade, que pagou 20 libras às autoridades de Jersey para obter a conta. Mas é evidente que não era este o interesse do jornalista, que obteve um dos maiores furos dos últimos anos.
De todo modo, como dizia o colunista José Simão, Maluf não tinha dinheiro no exterior. O dinheiro é nosso. E deverá, em breve, ser repatriado pela prefeitura de São Paulo.
O ex-presidente Lula e o candidato Fernando Haddad, realmente, não tinham ideia do tamanho da mancada que fizeram quando aceitaram posar para fotos nos jardins da família Maluf.
Leia, aqui, a reportagem de Jamil Chade.
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