O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, voltou a negar nesta terça-feira ter feito uma parceria com o ex-governador Orestes Quércia durante as eleições de 2006 ao explicar seu suposto envolvimento com "escândalo dos aloprados".
"Se Quércia estivesse vivo, isso não parava em pé meia hora", disse ele durante audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. "Só quero a verdade, a transparência, isso é uma inverdade, uma ilação."
Mercadante lembrou que foi feita uma CPMI sobre o caso, que tratou, além dos sanguessugas, do escândalo dos aloprados.
"Na ocasião, todos os envolvidos foram ouvidos. Todos foram convocados. A oposição questionou um a um. E o relatório final não faz menção nenhuma ao meu nome."
O petista ainda destacou que, nas eleições do ano passado, Quércia deu parte de seu tempo no horário eleitoral na televisão à campanha tucana.
Oficialmente, o objetivo do encontro é debater o tema "Economia e competitividade: a importância da inovação", mas o ministro aproveitou ocasião para explicar no Congresso sua participação no caso.
Na semana retrasada, reportagem da revista "Veja" mostrou trechos de uma conversa gravada onde o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso teria afirmado que Mercadante deu "autorização" para a compra de dossiê falso com denúncias sobre José Serra, seu concorrente na disputa pelo governo de São Paulo, em 2006.
Veloso teria dito ainda que Quércia, morto no ano passado, ajudou com recursos para a compra do dossiê.
Em entrevista à Folha, a ex-senadora pelo PT de Mato Grosso Serys Slhessarenko disse que o ex-dirigente do BB admitiu em conversas com ela que integrantes do partido haviam montado dossiês.
De acordo com "Veja", em setembro de 2006, a então senadora Ideli participou das negociações para a compra de um dossiê. Segundo a revista, Ideli ficou com a tarefa de divulgar o falso dossiê.
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