DE SÃO PAULO
Em artigo intitulado "O PT e a crise do ministro Palocci", o secretário-geral do partido, Elói Pietá, afirma que a legenda não saiu em defesa do ex-ministro da Casa Civil para não fugir de sua base social.
"Os petistas não contestam o direito que Palocci tinha de exercer uma atividade privada quando saiu do governo em 2006 e de ter sucesso nela. O que causou espanto e levou os petistas a não apoiarem sua permanência no governo foi a origem de seus ganhos privados [orientar os negócios de grandes empresas], a magnitude dos resultados [dezenas de milhões de reais], e o alto padrão de vida que ele se concedeu [representado pelo investimento em moradia fora de sua própria origem de classe média]."
Ele diz que o PT apoia a "dolorosa atitude" de Dilma de afastar Palocci. "Mesmo tendo que perder um ministro tão importante, ou tendo que parecer vencida pela pressão das oposições, ela preferiu não perder o sentido social de seu governo."
Pietá também falou sobre o financiamento público das campanhas eleitorais. "Quando estávamos perto do poder ou nele, as empresas privadas ajudaram nossas campanhas e procuraram nos aproximar delas. Queremos o financiamento público dos partidos para não depender delas. Respeitamos os empresários, mas com a devida distância. Não queremos sair do que fomos. Sabemos que as relações econômicas e as condições materiais de vida terminam moldando ideias e ações."
E voltou a citar o caso Palocci. "Respeitamos suas opções, admiramos sua competência, reconhecemos seu trabalho a serviço do povo. Mas, pelas razões expostas, o PT mostrou que prefere o político de vida simples que conhecemos, ao empresário muito bem sucedido sobre o qual agora se fala. Por isso que, para continuarmos a ser um partido dos trabalhadores, não é bom que cultivemos o ideal de empresários."
Palocci pediu demissão anteontem após a crise iniciada no último dia 15, quando a Folha revelou que ele multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos.
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