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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Funcionários da Assembleia do PR recebem para não trabalhar.

Folha.Com
RENATO CASTRONEVES
DE SÃO PAULO

Uma decisão da Assembleia Legislativa do Paraná liberou 69 funcionários concursados para receber salários parciais sem trabalhar.

A medida faz parte de uma reestruturação administrativa na Casa, iniciada após uma série de denúncias envolvendo supostos funcionários-fantasmas.

No ano passado, o Ministério Público apurou que R$ 216 milhões foram desviados da Assembleia com contratações irregulares entre 1994 e 2010.

Na lista dos funcionários que irão receber sem trabalhar estão seis médicos, seis agentes de saúde, auxiliares de enfermagem, dentistas, técnicos da área administrativa, jornalistas e um contador.

Além de liberar os 69 funcionários, a Assembleia determinou que outros 107 servidores de carreira do Legislativo --considerados sem função-- sejam alocados nos gabinetes de deputados e em órgãos do governo estadual.

"A nossa Casa [Assembleia] era um espanto de gente que recebia e não trabalhava", afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB).

Com a reestruturação, parte dos funcionários que estava sem função preferiu ficar em casa em vez de trabalhar em outros setores. Os salários dos 69 serão reduzidos entre 10% e 35%, dependendo do tempo de trabalho.

A lei nº 16.823/11, aprovada no mês passado, garante que os funcionários não podem ser demitidos. Ainda segundo a lei, não há prazo para os servidores deixarem de receber o benefício.

A Assembleia não informou o valor gasto com a folha de pagamento dos funcionários afastados. Atualmente, o Legislativo estadual conta com 331 servidores.

PREVIDÊNCIA

De acordo com o presidente da Assembleia, 90% das aposentadorias do Legislativo apresentam irregularidades.

"Vamos divulgar na próxima terça-feira [19] um relatório da Ouvidoria que aponta valores excessivos no pagamento da previdência", disse Rossoni.

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