O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, manteve as acusações de 37 dos 40 réus do caso do mensalão. O ex-deputado José Janene morreu em 2010, o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira fez um acordo judicial e apenas Luis Gushiken, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Lula, foi inocentado por falta de provas.
Entre os réus, ainda estão o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, os deputados federais João Paulo Cunha (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e Valdemar Costa Neto, secretário-geral do PR, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e o publicitário Marcos Valério. A expectativa de Gurgel é que o caso seja julgado no Supremo Tribunal Federal apenas em 2012.
Um dia após ter sido indicado para um segundo mandato de procurador-geral da República, Roberto Gurgel pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) que condene 36 dos 38 réus do processo do mensalão. Para Gurgel, não existem provas contra o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken - e, portanto, ele deve ser absolvido.
AE - Agência Estado
O esquema do mensalão foi o principal escândalo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e envolveu autoridades poderosas da época, como o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigou a relação do Palácio do Planalto e de ministérios com as bancadas da base aliada e descobriu que o PT coordenava um esquema que usava sobras de doações da campanha de 2002 para fazer repasses sistemáticos aos partidos da base e pagar as dívidas eleitorais. Foram esses repasses que o denunciante do escândalo, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), batizou de "mensalão".
Em outro esquema paralelo, o publicitário Marcos Valério mantinha contratos com ministérios e estatais que rendiam propinas para o caixa do PT e dos demais partidos aliados. Um dos contratos mais importantes era com a empresa Visanet, holding de cartões de crédito, onde ele mantinha um acordo especial para desviar dinheiro do cartão do Banco do Brasil-Visa.
As investigações começaram em 2005. Muitos parlamentares recebiam esse dinheiro das propinas sob condição de votar com o governo no Congresso Nacional. Uma ação foi aberta no STF em 2007 após o recebimento pelo tribunal da denúncia do então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. A expectativa no STF é de que o julgamento do processo comece no fim deste ano ou no início de 2012.
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