Coluna do
Augusto Nunes
Por ser dono da banca de jornais de que Leonel Brizola se tornou freguês, Carlos Roberto Lupi virou em 1980 amigo do gaúcho que acabara de voltar do exílio para retomar a carreira política no Rio. Por ser amigo de Brizola, virou militante do PDT. Por ser homem de confiança do chefe, virou deputado federal, secretário municipal, secretário estadual e, depois da morte do fundador em 2004, presidente do partido. Por ser presidente do PDT, virou ministro do Trabalho em 29 de março de 2007. Por ser um bom companheiro da base alugada, virou bandido de estimação. Por ser protegido de Lula, continuou no cargo depois da posse de Dilma Rousseff.
Paulista de Campinas, 51 anos, Lupi não tem espaço na cabeça para alguma coisa que preste ─ só cifrões de origem obscura nascem e crescem em desertos de neurônios. A rasura do cérebro dificulta até a conjugação do verbo inseparável da própria biografia: corromper. No vídeo de 18 segundos, por exemplo, ele tropeça espetacularmente na terceira pessoa do singular: “Quem corrompõe…”, derrapa o filhote da Era da Mediocridade. A caminho do despejo, Carlos Lupi criou o verbo “corrompor”. Significa, provavelmente, “propor alguma coisa a um ministro corrupto”.
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