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sábado, 10 de dezembro de 2011

METRÔ-SP: DEPUTADOS RECEBERAM DOAÇÃO DE EMPREITEIRAS.

Portal globo.com

Oito deputados estão em comissão criada para investigar acidente.

Empreiteiras integram o Consórcio Via Amarela.

Oito deputados da Comissão de Representação criada na Assembléia Legislativa de São Paulo para acompanhar as investigações sobre o acidente nas obras da futura Estação Pinheiros do Metrô-SP receberam doações de campanha de empreiteiras que integram o Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da Linha 4. A comissão é composta por integrantes de duas comissões permanentes da Assembléia: a de Transportes e Comunicação e a de Serviços e Obras Públicas. Ao todo, são 18 parlamentares efetivos e 18 substitutos.

Integram a lista dos beneficiados por OAS e Camargo Corrêa na campanha eleitoral do ano passado os deputados Adriano Diogo (PT), R$ 96 mil; Analice Fernandes (PSDB), R$ 100 mil; Baleia Rossi (PMDB), R$ 30 mil; Jorge Caruso (PMDB), R$ 200 mil; o sub-relator da comissão Orlando Morando (PSDB), R$ 150 mil; Roberto Morais (PPS), R$ 40 mil; Rodolfo Costa e Silva (PSDB), R$ 53 mil; e Sebastião Almeida (PT), R$ 10 mil. No total, as doações somam R$ 679 mil.

As informações constam da declaração de despesas que os políticos são obrigados a entregar à Justiça Eleitoral e estão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os dois petistas deixaram de participar da comissão de representação logo no início dos trabalhos, por discordarem do processo de investigação. A liderança do partido alegava que o caminho seguido durante os depoimentos favorecia o governo do Estado e o Metrô.

A maior doação, no valor de R$ 200 mil e feita pelas duas empreiteiras, foi para o peemedebista Jorge Caruso. A verba representa quase dois terços do valor total de despesas declaradas pelo parlamentar ao TSE - R$ 349.482,95. “Aos olhos da população, pode comprometer. Mas fomos escolhidos para integrar as comissões, não demos nosso nome. Não há problema ético”, disse Caruso. O deputado disse ainda que os trabalhos foram desenvolvidos com “grande imparcialidade”.

A comissão, criada no dia 6 de fevereiro, ouviu 17 pessoas ligadas ao Metrô, Via Amarela, Sindicatos dos Metroviários e especialistas e técnicos em construção de porte. O Ministério Público Estadual requereu as transcrições dos depoimentos. Segundo o promotor de Justiça da Cidadania, Saad Mazloum, a resposta foi que a solicitação deve ser feita por intermédio do procurador-geral do Estado, Rodrigo Pinho. “A lei diz que eu posso solicitar direto. Vou reiterar o pedido”, disse Mazloum.

Na terça-feira (13), quatro deputados votaram de acordo com o relator, Edmir Chedid (PFL): Analice, Morando, Morais e Caruso, assim como outros seis que também integram a base governista. O regimento interno da Casa não exige que o documento seja apreciado em votação. Somente Nivaldo Santana (PC do B) foi contrário.

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