Foto: Tuca Pinheiro
Freire: Tudo aponta para um esquema que atende ao apetite do PCdoB
Por: Valéria de Oliveira
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, disse nesta quinta-feira que o Ministério do Esporte "se transformou em um polvo cheio de tentáculos, desde o primeiro governo Lula, e que é preciso saber se basta tirar tentáculos ou se é necessário afastar o animal para pôr fim aos ilícitos ocorridos em convênios com ONGs ligadas ao PCdoB".
Freire se referia à queda do ministro Orlando Silva e sua substituição pelo deputado Aldo Rebelo, também do PCdoB. “Tudo indica que foi montado no ministério um esquema para atender ao apetite financeiro do PCdoB”, disse.
Investigações
Isso ficará mais claro, salientou, com as investigações do STF (Supremo Tribunal Federal), que tratará do caso do antecessor de Silva, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que tem foro privilegiado, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para onde foi enviado o processo contra Silva, e da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O ministro caiu por causa das denúncias de ilegalidades no Programa Segundo Tempo, que deveria levar esportes a jovens carentes. As ONGs beneficiadas pelos convênios são ligadas ao PCdoB, partido de Orlando Silva, e repassavam parte dos recursos à legenda, conforme denúncia do soldado João Dias, ex-militante do partido que tinha duas ONGs e participou do esquema.
“Com um esquema tão bem montado, é de se questionar se basta trocar o comando da pasta ou se é necessário afastar o polvo, retirando do ministério todo o partido que ali montou um sistema de arrecadação”, afirmou Freire.
Desvios
Esses convênios estão sob suspeita desde a gestão de Agnelo Queiroz no ministério, quando Orlando Silva era secretário-executivo da pasta. No início, os recursos foram repassados para atender 50 mil jovens; agora o dinheiro é suficiente para atender um milhão. “Isso é o que deveria acontecer. Não sabemos quantas pessoas carentes foram efetivamente acolhidas por esse programa, por causa dos desvios para o partido”.
O deputado diz que o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que “toda a primeira aparência é de que o Programa Segundo Tempo tem sérios problemas de irregularidades em todo o país”. Essa não é, diz Freire, uma constatação da oposição, mas da PGR.
O deputado debita ao ex-presidente Lula a herança de desonestidade que assola o governo Dilma. Entretanto, diz ele, “é importante deixar claro que a subalternidade não exime a presidente da responsabilidade sobre seu governo; cada ministro é ela que nomeia”.
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