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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Presidente Joaquim.

Por Pedro Luiz Rodrigues

Joaquim, Dr. Joaquim, Ministro Joaquim, parabéns! Embora nesses últimos trinta e um anos somente vez por outra nossos caminhos tenham se cruzado, em cada ocasião pudemos nos abraçar como antigos camaradas, mais vinculados do que permitiria supor a mera relação de advogado e cliente que nos colocou juntos, pela primeira vez, em 1981.


Respeito e admiração tenho por Vossa Excelência desde então. Éramos ambos, então, bastante jovens – eu com 32, Vossência com 27 – esbanjando disposição para enfrentar boas e aguerridas disputas.


Naquela época deixava temporariamente de lado o jornalismo, para dar os primeiros passos na carreira diplomática.


Você Joaquim, se não me engano, deixara há não muito o cargo de Oficial de Chancelaria no Itamaraty. Fiquei sabendo,depois, que por aquela época havia também prestado o concurso para o Instituto Rio Branco, tendo sido aprovado em todas as etapas acadêmicas. 


Menos numa, a de entrevista conduzida por não se sabe quem - se funcionário do Governo ou por representante de um tal de instituto IPSO  - que à época prestava serviços de psicologia aplicada ao MRE. 


Passei pelas mesmas entrevistas e só posso dizer uma coisa: eram inteiramente subjetivas e despropositadas. Pareciam ter alvos predeterminados, em particular aqueles que porventura não se encaixassem nos estereótipos tradicionais então prevalecentes na Casa de Rio Branco.


 Não sei de caso que tenham barrado um apenas que tivesse vínculos de parentesco com qualquer alta, média ou mesmo baixa patente do Governo.


Essa peneirada subjetiva caracteriza, é fora de dúvida, violação aos direitos da pessoa humana. Trata-se, portanto, de interessante tema para pesquisa mais aprofundada, a ser conduzida por estudioso dos modos e mores do regime militar. 


Deveria, mesmo, merecer a atenção de algum dos integrantes da Comissão Nacional da Verdade, instituída pela Presidente Dilma Roussef. Com a redemocratização, na década de 1980, essas malfadadas entrevistas acabaram. Também sumiram, até da Internet, as referências à prática.


Mas assim gira o mundo. A incompetência de quem o entrevistou, Ministro Joaquim, resultou indiretamente num serviço histórico à Nação.


A relatoria que exerce no caso do mensalão pode significar o ponto final de uma das mais injustas características de nossa sociedade. A de que os ricos e poderosos estão acima da lei e da ação da justiça.


Não estão.


Parabéns pela posse, hoje, na presidência do STF.

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