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quinta-feira, 31 de maio de 2012

ESPALHA FATOS - Dedo na ferida


Por: Sérgio Lessa
Foto do perfil

Após denúncias de que a entidade denominada ACALP - Associação dos Comerciantes e Amigos do Lagos dos Patos (a qual não existe juridicamente) estaria sendo utilizada por seu presidente fictício, Graco Neves, para beneficiar politicamente a atual administração, entramos em contato via Facebook para sabermos realmente o que tinha de real nesta história. Ao deixarmos postados nossos questionamentos na rede social ficamos surpresos com a nossa expulsão do grupo, sem os devidos esclarecimentos.

Me engana que eu gosto
Os moradores da região reclamam que a Prefeitura anunciou o início das obras em evento realizado em março deste ano com muitos fogos de artifício. Em seguida operários quebraram todo o asfalto da via que circunda o Lago para fingir o início dos trabalhos, indo embora posteriormente sem sequer retirar o entulho. A situação no local está caótica. Graco Neves, dias atrás, chegou a dizer que todos os membros da entidade são independentes para apoiarem os políticos que quiserem sem usarem a pseudo associação.

Pescando no aquário
O que era pra ser motivo de lazer está se tornando motivo de nervos para as pessoas que querem levar seus filhos pequenos para brincarem no Bosque Maia. Tudo porque agentes de trânsito se posicionam estrategicamente para multar os motoristas, quando observam a molecada pulando de alegria dentro dos carros após o passeio. Questionado a respeito, o referido funcionário público explicou que se não enxergar no veículo a cadeirinha utilizada para o transporte das crianças, autua automaticamente sem dó nem piedade.

Pagando pelo vento
O prefeito Almeida vetou o projeto de lei de autoria do vereador Alan Neto (DEM), que assegurava aos usuários dos serviços do SAAE, o direito de instalar e utilizar dispositivo eliminador de ar na tubulação do sistema de abastecimento de água. Se tal medida fosse adotada, certamente a população economizaria boa parte do dinheiro que hoje gasta com a referida conta.

Sumiço inexplicável
Grande parte dos guarulhenses ligados à Cultura quer saber do paradeiro da escultura criada pela artista plástica Anita Kaufmann, que foi instalada em dezembro de 2008 pelo ex-prefeito Elói Pietá no cruzamento das Avenidas Monteiro Lobato e Paulo Faccini e paga com dinheiro público. Até o momento a Prefeitura não localizou a peça que foi retirada do local na atual gestão, com a promessa de retornar ao espaço após as obras executadas.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Compra de prédio da Câmara aguarda novo posicionamento do Judiciário.

guarulhosweb
Rosana Ibanez - Foto: Aparício Reis.
   
"Tudo está correndo bem. Agora espero uma nova manifestação da juíza, após o pagamento que foi realizado pelo Executivo", ressaltou Soltur.

 

A aquisição do prédio da antiga fábrica de Tapetes Lourdes, localizada na Vila Augusta, para abrigar as dependências do Legislativo aguarda um novo posicionamento do Judiciário. Segundo o presidente da Casa de Leis, Eduardo Soltur (PSD), a Câmara espera o pronunciamento da juíza responsável pelo caso, uma vez em que a Prefeitura já realizou o pagamento de R$ 14,8 milhões pelo imóvel.

"Tudo está correndo bem. Agora espero uma nova manifestação da juíza, após o pagamento que foi realizado pelo Executivo", ressaltou Soltur.

No mês passado, a juíza Carolina Nabarro Munhoz Rossi, da 5ª Vara Civil de Guarulhos, autorizou a compra do imóvel. De acordo com a decisão, tanto os credores quanto o Ministério Público aprovaram a segunda proposta feita pelo município, protocolada em março pelo procurador-chefe da cidade, Antonio Carlos Zovin de Barros Fernandes, no montante correspondente a 70% do valor determinado.

Os problemas para aquisição do prédio começaram dias após o Guarulhos HOJE publicar com exclusividade, em setembro do ano passado, o interesse do Legislativo de Guarulhos em adquirir o local para abrigar a Casa de Leis. No entanto, a primeira oferta de R$ 10,5 milhões feita pelo presidente da Câmara, Eduardo Soltur, não foi aceita pela juíza.

Soninha anuncia Lucas Albano (PMN) como vice na chapa em São Paulo.

Do UOL, em São Paulo

 Eduardo Enomoto/Divulgação R7
30.mai.2012- Soninha participa de sabatina do "R7" e da "Record News"
 30.mai.2012- Soninha participa de sabatina do "R7" e da "Record News"

A pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, anunciou o presidente estadual do PMN,o advogado Lucas Albano, como vice em sua chapa no primeiro turno, durante entrevista nesta quarta-feira (30). Albano foi candidato a vice do empresário Renato Reichmann (PMN) na disputa municipal em 2008.

Soninha também afirmou que em um eventual segundo turno sem sua presença, apoiaria o pré-candidato do PSDB, José Serra. As declarações foram feitas durante sabatina promovida pelo "R7" em parceria com a "Record News".

"Por que eu odiava o Serra e hoje passei a gostar? Vi que pensava dele várias coisas que não eram verdade. Depois, ele mexeu em várias questões complicadas quando era prefeito", disse a pré-candidata do PPS. "Por exemplo, o remanejamento de ocupação urbana em área de manancial. Outra coisa, e que foi muito impopular na época, foi a inspeção veicular", afirmou.

Soninha também falou aos entrevistadores o que pensa sobre a questão das drogas, que foge do debate municipal. "A comissão de juristas que está propondo reformas no Código Penal propôs que o porte de drogas, respeitadas algumas condições, não seja mais considerado crime", disse Soninha. "Acho legal no caso da maconha, mas não resolve um problema básico. O monopólio da maconha é do crime, esse é o grande problema", afirmou ela.

"Jás faz anos que eu parei de fumar, mas quem quiser maconha tem que procurar criminosos, que são os traficantes. Legalizar a maconha seria uma forma de tirar essse mercado da mão de bandidos", disse Soninha.

A pré-candidata do PPS também defendeu a ampliação e reforma dos corredores de ônibus da cidade. "Tem que ter mais corredores e o embarque e desembarque nas plataformas tem que ser muito mais rápido", afirmou.

"O problema do ônibus é que ele é imprevisível", disse. Usuária da bicicleta como meio de transporte, a pré-candidata também defendeu a ampliação das ciclovias pela capital paulista como forma de amenizar os problemas no trânsito.

Luiz Flávio D'Urso

O pré-candidato do PTB, Luiz Flávio D'Urso, também participou da sabatina nesta quarta-feira. D'Urso, que é presidente licenciado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) paulista, minimizou o fato de ser um dos pré-candidatos menos conhecidos dos cidadãos paulistanos.

"Eu aceitei o convite para ser candidato porque me angustia ver o desinteresse dos jovens pela política", disse D'Urso. O pré-candidato também criticou muito o sistema de transporte público, que segundo ele carece de investimentos mais pesados. O pré-candidato descartou a implantação de um pedágio urbano caso seja eleito.

D'Urso disse ainda que se houvesse uma tarifa de táxi mais barata, os cidadãos deixariam mais o carro em casa. Ele também criticou a ação das últimas administrações municipais por terem deixado a cracolândia se instalar em áreas tão amplas do centro e do resto da cidade.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ex-ministro advogado de Cachoeira acusado de crime.

congressoemfoco
por Eduardo Militão

Para procurador, Márcio Thomaz Bastos pode ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro e receptação ilícita por receber dinheiro de origem ilegal do bicheiro.

Para Pastana, há indícios de que Cachoeira paga Márcio Thomaz Basto com dinheiro do crime
Para Pastana, há indícios de que Cachoeira paga Márcio Thomaz Basto com dinheiro do crime

O criminalista Márcio Thomaz Bastos já foi advogado do hoje ex-presidente Lula, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (1987) e ministro da Justiça entre 2003 e 2007. Hoje defende o bicheiro Carlos Augusto Ramos, pivô da CPI do Cachoeira. Se depender de uma representação feita pelo procurador Regional da República no Rio Grande do Sul Manoel Pastana, Bastos será investigado agora por supostamente ter praticado crime de lavagem de dinheiro ou receptação não intencional de recursos de atividades criminosas. Pastana ingressará com a ação contra Thomaz Bastos hoje (29). O Congresso em Foco teve acesso com exclusividade à ação movida por Pastana.

Para Pastana, o fato de Thomaz Bastos receber R$ 15 milhões em honorários para defender Cachoeira é indício de crime. Na representação à Procuradoria da República em Goiás, Pastana argumenta que o bicheiro não tem recursos de origem lícita para bancar tamanha despesa. Assim, ele quer saber de que forma ele paga os serviços do ex-ministro da Justiça. Para tanto, o procurador pede a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Thomaz Bastos e informações ao Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) sobre eventuais movimentações ilegais de dinheiro do exterior.

Na opinião de Pastana, são claros os “indícios” de que Bastos cometeu ou está prestes a cometer um crime. E poderia mesmo ser preso. “A prisão em flagrante é possível, caso o advogado seja pego recebendo os recursos oriundos de condutas ilícitas praticadas por Cachoeira”, argumentou Pastana no documento, que deve ser protocolado nesta terça-feira (29) no Ministério Público Federal.

Thomaz Bastos foi informado da representação no início da noite de ontem. Ele disse ao Congresso em Foco que poderia prestar esclarecimentos às 21h, mas, no horário combinado, não atendeu mais ao telefone e nem respondeu às mensagens de texto enviadas.

Bens bloqueados

Cachoeira está com os bens bloqueados. Assim,ele não tem como pagar R$ 15 milhões a Thomaz Bastos para defendê-lo. “A medida restritiva parece não ter sido suficiente, porquanto, se o fosse, ele não teria condições de custear o contrato advocatício”, disse Pastana na representação. Segundo noticiou no domingo (27) a coluna Radar, da revista Veja, Bastos disse que são os amigos que custeiam as despesas de clientes em situações como estas. A mesma revista informou que os R$ 15 milhões foram divididos em três parcelas, a primeira já paga.

Na representação ao Ministério Público Federal em Goiás, Pastana disse que a lei da lavagem de dinheiro impede alguém de adquirir ou receber valores provenientes de crimes contra a administração pública ou praticados por organização criminosa – caso de Cachoeira. Se não há indício de branqueamento de recursos, o procurador entende que o art. 180 do Código Penal prevê a receptação não intencional de “coisa que sabe ser produto de crime”. Na mesma situação enquadra-se quem recebe valores que, “pela condição de quem a oferece”, permitem presumir-se terem sido obtidos com crimes, diz o mesmo artigo da lei.

Este é o caso, de acordo com Pastana. “Toda sociedade brasileira sabe que Cachoeira não tem condição de pagar honorários elevados com renda lícita; logo, é de se presumir que os recursos foram obtidos por meio criminoso”, argumentou.

Assassino

Apesar de não embasar seu pedido em questões morais, o procurador disse que Bastos agiu de maneira antiética. Ele disse não ser “razoável” que Thomaz Bastos, que, como ministro da Justiça, teve a missão de “defender o Estado brasileiro da ação deletéria de infratores”, agora passe a defender um desses infratores. “Isso fere de morte a ética e a moral.”

Pastana disse na representação que, se nada for feito, Carlinhos Cachoeira vai se aproveitar dos resultados dos crimes cometidos por ele. “Permitir que o dr. Márcio Thomaz Bastos usufrua de tais recursos seria o mesmo que (…) entender lícito que o advogado receba honorários de assassino, que paga sua defesa com o dinheiro recebido para matar a vítima”, criticou.

O procurador disse ao Congresso em Foco que não é contra que os criminosos em geral tenham advogados pagos, o que seria uma limitação antidemocrática à defesa deles. Entretanto, Pastana afirmou que eles têm que pagar honorários de acordo com os recursos lícitos que possuem. Ou utilizar os serviços da Defensoria Pública.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

TCESP - Sentença na íntegra Publicada no Diário Oficial em 25/05/2012.


                                TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
                                            Gabinete do Conselheiro Robson Marinho


                                                                                              TC – 038311/026/09 – fls. 53

                                                                   SENTENÇA


Processo:                                                 TC – 038311/026/09

Órgão Concessor:                                    Prefeitura Municipal de Guarulhos
Assunto:                                                   Repasses Públicos ao Terceiro Setor 
Exercício:                                                 2008
Órgão Beneficiário:                                 Núcleo  Cultural  e  Esportivo  “Jr  Blow” Flavio Paiva Jr
Valor Total:                                               R$ 17.500,00


      Vistos  e  examinados  os  autos  que  tratam  de prestação  de  contas  da  transferência  financeira  efetuada  pela Prefeitura  Municipal  de  Guarulhos  ao  Núcleo  Cultural  e Esportivo  “Jr  Blow”  Flavio  Paiva  Jr,  no  valor  total  de  R$ 17.500,00, durante o exercício de 2008.

      A equipe de fiscalização, responsável pela análise dos  atos  praticados,  apontou  que  a  beneficiária  não  havia prestado  contas  dos  recursos  recebidos  junto  ao  órgão concessor.  Apontou,  ainda,  a  não  apresentação  do  Termo  de Ciência e Notificação, bem como, o atraso na emissão do parecer conclusivo.

      Por esta razão, foi providenciada a notificação do órgão beneficiário e do órgão concessor (Despacho de fls. 20).

      A  entidade,  através  de  sua  representante,  foi devidamente  notificada,  porém  nada  trouxe  aos  autos.  O município  de  Guarulhos  juntou  as  justificativas  que  entendeu pertinentes, bem como, parecer conclusivo desfavorável devido à ausência de prestação de contas por parte da beneficiária.

      A SDG manifestou-se pela irregularidade da matéria, com  devolução  dos  valores  recebidos  e  suspensão  da  entidade para novos recebimentos.

      É o relatório. Decido.

    Cuidam os autos da prestação de contas da aplicação dos recursos repassados pela Prefeitura Municipal de Guarulhos ao  Núcleo  Cultural  e  Esportivo  “Jr  Blow”  Flavio  Paiva  Jr,  no exercício de 2008.  

        De início, cabe ressaltar que o débito foi inscrito na  dívida  ativa  do  município  e  foi  ajuizada  ação  de  execução fiscal. 

    Em  verdade,  não  há  como  considerar  a  prestação  de contas dos valores impugnados regular. O próprio município que repassou os valores  não emitiu parecer  conclusivo favorável à prestação de contas dos recursos repassados.

      Assim,  considerando  a  ausência  de  prestação  de contas  dos  recursos  públicos  recebidos,  julgo  irregular  a matéria,  condenando  o  órgão  beneficiário  ao  recolhimento  da importância  recebida  com  os  devidos  acréscimos  legais  e  à suspensão  para  novos  recebimentos  até  que  se  regularize  sua situação perante este Tribunal, nos termos do artigo 33, III, “a”  combinado  com  o  artigo  36  da  Lei  Complementar  nº  709/93.

Determino,  por  conseguinte,  o  acionamento  do  disposto  nos incisos  XV  e  XXVII  do  artigo  2º  do  mesmo  diploma  legal.

Encaminhe-se  cópia  desta  decisão  ao  Ministério  Público  do Estado de São Paulo para as providências de sua alçada.

      Ao  órgão  concessor,  determino  que  mantenha informada  esta  C.  Corte  de  Contas  sobre  o  andamento  dos  atos oficiais e formais adotados visando à recomposição do erário. 

      Publique-se.      

      Desde  logo,  autorizo  aos  interessados  vista  e extração  de  cópia  no  Cartório  deste  Gabinete,  observadas  as cautelas legais.

      Ao Cartório, para as providências cabíveis.

      GC, em 22 de maio de 2012.

ROBSON MARINHO   
Conselheiro

Em entrevista, Gilmar confirma pressão de Lula.

 
O ministro Gilmar Mendes, do STF, confirmou nesta segunda (28), o teor da conversa que manteve com Lula, em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Segundo ele, Lula disse que não seria “adequado” julgar o processo do mensalão em 2012. E insinuou que poderia proteger o interlocutor na CPI do Cachoeira.

“Foi uma conversa repassando assuntos variados”, disse Gilmar. “Ele [Lula] manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do tribunal de não julgar o mensalão […]. Mas ele [Lula] entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.”

Gilmar falou à repórter Adriana Irion. Revelou que o amigo Jobim, que vem negando a pressão exercida por Lula, não só testemunhou a conversa como interveio nos diálogos. A íntegra da entrevista, disponível aqui, vai reproduzida abaixo:

— Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão? Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial.


— Sua viagem a Berlim tem motivado uma série de boatos. O senhor encontrou o senador Demóstenes Torres lá? Nos encontramos em Praga, eu tinha compromisso acadêmico em Granada, está no site do Tribunal. No fundo, isto é uma rede de intrigas, de fofoca e as pessoas ficam se alimentando disso. É esse modelo de estado policial. Dá-se para a polícia um poder enorme, ficam vazando coisas que escutam e não fazem o dever elementar de casa.

— O senhor acredita que os vazamentos são por parte da polícia, de quem investigou? Ou de quem tem domínio disso. E aí espíritos menos nobres ficam se aproveitando disso. Estamos vivendo no Supremo um momento delicado, nós estamos atrasados nesse julgamento do mensalão, podia já ter começado.

— Esse atraso não passa para a população uma ideia de que as pressões sobre o Supremo estão funcionando? Pois é, tudo isso é delicado. Está acontecendo porque o processo ainda não foi colocado em pauta. E acontecendo num momento delicado pelo qual o tribunal está passando. Três dos componentes do tribunal são pessoas recém nomeadas. O presidente está com mandato para terminar em novembro. Dois ministros deixam o tribunal até o novembro. É momento de fragilidade da instituição.

— Quem pressiona o Supremo está se aproveitando dessa fragilidade? Claro. E imaginou que pudesse misturar questões. Por outro lado não julgar isso agora significa passar para o ano que vem e trazer uma pressão enorme sobre os colegas que serão indicados. A questão é toda institucional. Como eu venho defendendo expressamente o julgamento o mais rápido possível é capaz que alguma mente tenha pensado: “vamos amedrontá-lo”. E é capaz que o próprio presidente esteja sob pressão dessas pessoas.
— O senhor não pensou em relatar o teor da conversa antes? Fui contando a  quem me procurava para contar alguma história. Eu só percebi que o fato era mais grave, porque além do episódio (do teor da conversa no encontro), depois, colegas de vocês [jornalistas], pessoas importantes em Brasília, vieram me falar que as notícias associavam meu nome a isso e que o próprio Lula estava fazendo isso.

— Jornalistas disseram ao senhor que o Lula estava associando seu nome ao esquema Cachoeira? Isso. Alimentando isso.

— E o que o senhor fez? Quando me contaram isso eu contei a elas [jornalistas] a conversa que tinha tido com ele [Lula].

— Como foi essa conversa? Foi uma conversa repassando assuntos variados. Ele manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do Tribunal de não julgar o mensalão este ano, porque vão sair dois, vão ter vários problemas dessa índole. Mas ele (Lula) entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.
— Como ele demonstrou preocupação com o mensalão, o que falou? Lula falou que não era adequado julgar este ano, que haveria politização. E eu disse a ele que não tinha como não julgar este ano.

— Ele disse que o José Dirceu está desesperado? Acho que fez comentário desse tipo.

— Lula lhe ofereceu proteção na CPI? Quando a gente estava para finalizar, ele voltou ao assunto da CPMI e disse “que qualquer coisa que acontecesse, qualquer coisa, você me avisa”, “qualquer coisa fala com a gente”. Eu percebi que havia um tipo de insinuação. Eu disse: “Vou lhe dizer uma coisa, se o senhor está pensando que tenho algo a temer, o senhor está enganado, eu não tenho nada, minha relação com o Demóstenes era meramente institucional, como era com você”. Aí ele levou um susto e disse: “e a viagem de Berlim.” Percebi que tinha outras intenções naquilo.

— O ex-ministro Nelson Jobim presenciou toda a conversa? Tanto é que quando se falou da história de Berlim e eu disse que ele [Lula] estava desinformado porque era uma rotina eu ir a Berlim, pois tenho filha lá, que não tinha nada de irregular, e citei até que o embaixador nos tinha recebido e tudo, o Jobim tentou ajudar, disse assim: “Não, o que ele está querendo dizer é que o Protógenes está querendo envolvê-lo na CPI.” Eu disse: “O Protógenes está precisando é de proteção, ele está aparecendo como quem estivesse extorquindo o Cachoeira.” Então, o Jobim sabe de tudo.

— Jobim disse em entrevista a Zero Hora que Lula foi embora antes e o senhor ficou no escritório dele tratando de outros assuntos. Não, saímos juntos.

— O senhor vê alternativa para tentar agilizar o julgamento do mensalão? O tribunal tem que fazer todo o esforço. No núcleo dessa politização está essa questão, esse retardo. É esse o quadro que se desenha. E esse é um tipo de método de partido clandestino.

— Na conversa, Lula ele disse que falaria com outros ministros? Citou outros contatos. O que me pareceu heterodoxo foi o tipo de ênfase que ele está dando na CPI e a pretensão de tentar me envolver nisso.

— O senhor acredita que possa existir gravação em que o senador Demóstenes e o Cachoeira conversam sobre o senhor, alguma coisa que esteja alimentando essa rede que tenta pressioná-lo? Bom, eu não posso saber do que existe. Só posso dizer o que sei e o que faço.

sábado, 26 de maio de 2012

Lula propôs ajuda em CPI para adiar mensalão, diz Gilmar Mendes.

O ex-presidente Lula procurou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão. 

Em troca da ajuda, Lula ofereceu ao ministro, segundo reportagem da revista "Veja" publicada neste fim de semana, blindagem na CPI que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. 
 Sérgio Lima - 09.dez.2009/Folha Imagem
 Então presidente, Lula conversa com o ministro do STF Gilmar Mendes em evento que aconteceu em 2009 em Brasília.

Mendes confirmou hoje (26) à Folha o encontro com Lula e o teor da conversa revelada pela revista, mas não quis dar detalhes. "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", afirmou o ministro. 

O encontro aconteceu em 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro do governo Lula e ex-integrante do Supremo. 

Lula disse ao ministro, segundo a revista, que é "inconveniente" julgar o processo agora e chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado por suas ligações com Cachoeira. 

Membro do Ministério Público, Demóstenes era na época um dos principais interlocutores do Poder Judiciário e de seus integrantes no Congresso Nacional. 

A assessoria de Lula disse que não iria comentar. 

Na conversa, Gilmar ficou irritado com as insinuações de Lula e disse que ele poderia "ir fundo na CPI".
De acordo com a reportagem da "Veja", o próximo passo de Lula seria procurar o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, também com o intuito de adiar o julgamento do mensalão. 

Em recente almoço no Palácio do Alvorada, na ocasião da instalação da Comissão da Verdade, Lula convidou Ayres Britto para tomar um vinho com ele e o amigo comum Celso Antonio Bandeira de Mello, um dos responsáveis pela indicação do atual presidente do Supremo. 

À Folha Britto também confirmou o convite, mas disse que não percebeu qualquer malícia em Lula e que o encontro não ocorreu. 

"Estive com Lula umas quatro vezes nos últimos nove anos e ele sempre fala de Bandeirinha. Ele nunca me pediu nada e não tenho motivos para acreditar que havia malícia no convite", disse. Ele diz que a "luz amarela" só acendeu quando Gilmar Mendes contou sobre o encontro, "mas eu imediatamente apaguei, pois Lula sabe que eu não faria algo do tipo". 

Na última sexta-feira (25), em Salvador, Ayres Britto disse que os ministros do STF "estão vacinados contra todo tipo de pressão". "Ainda está para aparecer alguém que ponha uma faca no pescoço dos ministros do STF."