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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Artistas da cidade mostram alegria e desafios em vivenciar arte do picadeiro.

Vanessa Coelho - Fotos: Divulgação 23/10/2009 11:19 Vida de palhaço, apesar de divertida, não é fácil. Mesmo trabalhando com amor à arte, no fim do mês as contas não deixam de chegar para esses artistas e para pagá-las é necessário fazer verdadeiros malabarismos. Dividindo-se entre os picadeiros e escritórios, salas de aula e ateliês, eles lutam para continuar trazendo um pouco das luzes e magia do circo para o cotidiano da população. Com pouco tempo para ensaiar, em comum todos compartilham o fascínio pelo mundo circense. Transformação - Minholetta é uma palhaça feminina e vaidosa. Tem casa própria, mas só consegue sair do armário quando sua dona, a artista plástica Kaline Kloster, 21 anos, consegue uma brechinha na agenda. Kaline trabalha com artes cênicas desde os 19, quando começou a participar de oficinas de teatro. É integrante fixa da Companhia Brancaleone, uma trupe de palhaços com cinco anos. Entre roteiros e ensaios, ela faz camisetas com estampas circenses para vender e complementar a renda. Com motivação de sobra, a única reclamação de Kaline é a falta de dinheiro. "É o que mais atrapalha a gente. Todo mundo precisa fazer alguma coisa por fora para conseguir dinheiro", declara. A casa da trupe é uma espécie de circo fixo e é aberta uma vez por semana para apresentações. A renda é revertida para a manutenção do espaço. Vez ou outra, a trupe sai andando pela cidade, brinca com quem estiver na rua e "passa o chapéu" para conseguir sua manutenção. Jornada dupla - André Santos, mais conhecido como André Bizorão, 25, vive entre a sala de informática de um colégio estadual e as apresentações na cidade. A jornada dupla foi a solução encontrada para garantir uma renda fixa e ficar um pouco mais perto do sonho de dirigir seriados. Desde pequeno se interessa pelo mundo por trás das câmeras de TV e cinema. Para entender melhor o trabalho dos atores, se envolveu com artes cênicas. Paciente, Bizorrão acredita trilhar um caminho lento mas eficaz para alcançar suas metas: "Para chegar a algum lugar é preciso ter perseverança, persistência e estudo". Há menos de um ano começou a se apresentar com o grupo Los Xerebas. A experiência como professor é mais antiga e começou há três anos. Mesmo em sala de aula, dá um jeito de incluir elementos teatrais nas aulas para que fiquem mais interessantes. Os ensaios do grupo Los Xerebas acontecem uma vez por semana e são encaixados na agenda apertada do atores. Mesmo assim Bizorrão não reclama da sorte. Ele traça planos para o futuro: "Quero fundar o primeiro teatro de arena de Guarulhos, montar oficinas de clown, improvisação e percussão." Escolhas - Kin Yokoyama, 30, deixou de lado a vaga em uma faculdade de psicologia para ser palhaço. A opção pode parecer arriscada, mas ele afirma que ninguém escolhe trabalhar com arte. "A arte que escolhe a gente", garante. Seu personagem Kindyn nasceu há 10 anos, quando se apresentou em uma festa infantil organizada por familiares. Aos 22 anos, prestou vestibular e se viu diante da escolha sobre o que fazer por toda a vida. Optou pelo nariz vermelho. "Foi uma paixão mesmo, quis me entregar por inteiro. Sem contar que como psicólogo, eu sou um excelente palhaço", brinca. Junto com a cia. "Circo nosso de cada dia", é uma exceção da regra. Nenhum membro da trupe precisa se desdobrar em dois empregos para bancar as viagens e apresentações da trupe. Kin diz que os horários são puxados como o de um escritório e tem ganhos semelhantes. Risos e gargalhadas - "Nunca pensei em fazer outra coisa na vida. No começo sempre tem uma resistência de família, mas depois eles aceitaram o que eu queria", afirma Jonas Nogueira, 23, sobre a vida no circo. Quando começou a estudar a arte, desenvolveu seu personagem - o palhaço Chapadinho. Junto com sua companheira de trabalho, a palhaça Lola, conseguiu espaço para se apresentar. "Ver o público dando risada deu mais força pra gente se apresentar. Seu sonho é montar um circo fixo na cidade "Quero abrir um lugar para ajudar a comunidade, ensinar as crianças carentes a fazer acrobacias e jogar malarabares", diz.

2 comentários:

  1. O mundo precisa da alegria que esses homens e mulheres ,com sua arte, conseguem estampar no rosto das pessoas. Acredito que o trabalho deles resgata o lado "light" da vida, onde se pode viver o precioso "ocio" tao necessario ao resgate das energias que alimentam o corpo e a alma de todos nos.
    Citando Chaplin: "Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
    Esta afeicao e docura podemos ainda encontrar no sorriso largo desses artista da vida!
    Parabens a voces por terem optado pelo Vermelho na ponta do Nariz!!!

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  2. Parabéns aos abnegados artistas que lutam, sacrificam-se e dedicam suas vidas a alegria. Nas ruas, nos teatros, nos hospitais, em qualquer lugar onde aparentemente não caberia muita coisa, lá estão os verdadeiros artistas mostrando sua arte em troca da alegria e do reconhecimento do seu trabalho; só para não esquecer, vale ressaltar que eles também precisam de moradia, de locomoção, de vestir, precisam de laser, de aperfeiçoar suas técnicas e, até se alimentar.
    Parabéns aos artistas de ruas, aos PALHAÇOS, especialmente meu genro KINDIM, muito te admiro por sua abnegação, persistência e desprendimento. O dinheiro se faz necessário até o limite de suprir nossas necessidades básicas, muito além disso, infelizmente, não é compatível com dignidade, moralidade e afeto.

    Francisco Brito

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