1
Um par de vídeos pendurado na web tornou-se oportunidade para uma visita à fronteira que separa o Senado do balcão de uma birosca.
O Senado é uma coisa, a birosca é outra. Mas, por vezes, os dois ambientes se interpenetram.
Graças ao eleitor do Piauí, Heráclito Fortes pertence ao mundo do Senado, não ao universo da birosca.
Reza a praxe, que, no ambiente parlamentar, mesmo o pior desafeto deve ser tratado por “excelência” e “nobre colega”.
Porém, ao discutir suas diferenças com Eduardo Suplicy num programa de TV piauiense, Heráclito como que encostou a barriga no balcão da birosca.
Deu-se há cinco dias. Abandonando a sua reconhecida verve humorística, o senador ‘demo’ aproximou-se do cangaço parlamentar.
O apresentador da atração formulou a Heráclito a pergunta de uma telespectadora. Queria saber se seus embates com Suplicy eram temperados pela “inveja”.
Vale a pena ouvir Heráclito: “Inveja? Eu não sou corno! Eu não tenho inveja de corno! Me respeite, menina! [...] Eu vou ter inveja do Suplicy por quê?”
Em resposta a outra pergunta, Heráclito pespegou em Suplicy um segundo adjetivo acerbo. Disse que o contendor tornou-se um personagem “idiotizado”.
Depois de ele ter posado de sunga, de calcinha lá nos corredores do Senado, para atender aquela Sabrina Sato, ele idiotizou-se”.
Suplicy decidiu responder a Heráclito com o cavalheirismo do seu silêncio. “Não vou comentar”, disse o senador ao repórter.
Pode-se atribuir a Suplicy muitos defeitos. Pode-se dizer que, às vezes, ele agride a própria imagem. Mas jamais arranhou as boas maneiras.
Num instante em que Heráclito homenageia a retórica da birosca, vale aproveitar a visibilidade do banditismo carioca para recordar uma frase.
Um comentário que o traficante Elias Maluco fez aos policiais que o estapearam no instante em o conduziam, algemado: “Não esculacha”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será exibido após aprovado pelo moderador. Aceitamos todas as críticas, menos ofensas pessoais sem a devida identificação do autor. Obrigado pela visita.