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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Guarulhos ainda é destaque negativo para a mídia de São Paulo.

Redação Guarulhosweb 09/02/2010 11:06 Ontem, completaram-se dois meses que os bairros na região da Vila Any estão embaixo d’ água. Desde a tempestade de 8 de dezembro, o rio Tietê não baixou mais, principalmente porque nestes mais de 60 dias choveu praticamente todos os dias na região metropolitana de São Paulo. Por mais que os veículos de comunicação locais já tenham revelado todo o drama em que estão vivendo os moradores daqueles locais, ontem o assunto foi parar na Rede Globo. Já no telejornal Bom Dia São Paulo, a reportagem da principal emissora do País demonstrava toda a indignação de gente que sobrevive dois meses em condições subumanas. As ações do poder público na região da Vila Any ainda são tímidas. O governo municipal, 40 dias depois das cheias, lançou um programa de aluguel social de R$ 300 para cada família desabrigada. Semana passada, o prefeito Sebastião Almeida (PT) assinou contratos com a Caixa Econômica Federal para promover a construção de conjuntos habitacionais dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, que serão voltados àqueles moradores. A Defesa Civil municipal faz o que pode para acolher essas vítimas das enchentes. Mas pode muito pouco. Ontem, a manchete principal de um dos mais importantes jornais populares da Capital, o Diário de S. Paulo, trouxe como manchete - em outras palavras - que "os vizinhos contribuem para sujar o Tietê", ressaltando que "enquanto Guarulhos joga todo seu esgoto sem tratamento no rio, São Caetano do Sul faz a lição de casa e trata 100% do esgoto doméstico". Ou seja, mais uma vez, Guarulhos é apresentada como o patinho feio da Grande São Paulo. Poucos meses atrás, o jornal O Estado de S.Paulo também havia batido na mesma tecla. Na ocasião, a Rede Globo - dentro de sua série jornalística "Rios de São Paulo" - evidenciou em vários de seus noticiários os problemas gerados pela falta de tratamento de esgoto em Guarulhos. Almeida foi chamado a dar uma entrevista ao vivo no estúdio, quando garantiu que a cidade terá mais de 50% de seu esgoto tratado até meados deste ano. Promessa difícil de cumprir, mas que ficou registrada pela emissora, que voltou a exibir a entrevista semana passada como uma espécie de lembrete: "vamos continuar cobrando". Pois bem. Também na semana passada, um relatório sobre o Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal, emitido pela Casa Civil, ministério comandado pela candidatíssima do PT, Dilma Roussef, deixou claro para os guarulhenses não se iludirem muito. Até o momento, somente 11% das obras de esgotamento sanitário, previstas para Guarulhos, foram executadas. Mesmo assim, com todo o otimismo, garante que a conclusão de 100% está prevista para 30 de novembro de 2011, sendo que 43% deste total deverão ser entregues até o final de abril. Ou seja, apesar de difícil, ainda há esperanças de que a promessa de Almeida seja cumprida. Só assim, talvez, a imprensa de São Paulo - não sem razão - possa finalmente olhar para Guarulhos como uma cidade que colabora com a solução dos problemas da região metropolitana. E não apenas como um município sujo, que, de bom, só tem um aeroporto internacional.

Um comentário:

  1. A saga de Guarulhos:

    Infelizmente Guarulhos ostenta estes títulos por irresponsabilidade dos que a administraram e administram nos últimos 20 ou trinta anos. Apesar do título de maior cidade do estado, afora a capital, joga 100% do seu esgoto no rio Tietê sem nenhum tratamento, seus passeios públicos são intransitáveis, não dispõe, sequer, de uma maternidade descente para que seus filhos nasçam nem de uma educação de qualidade onde seus filhos se eduquem; apesar de dispor de 500 milhões do orçamento, o que prova que o problema não é financeiro, e sim, gerencial. Um absurdo. A politicagem tomou conta das últimas administrações, dividiram e sucatearam o poder em nome de uma pseudo governabilidade, cooptaram os que pensavam e formavam opinião, destruíram com os servidores públicos, tornando nossa grandiosa cidade em um monstrengo sem rumo e sem governo, um grande cabide para acomodar aliados e correligionários, e mantendo o poder as custas de promessas e idéias mirabolantes, sempre para o futuro.

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