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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Aécio reclama de ‘descaso’ do governo; Dilma rebate

Os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) abriram fogo um contra o outro. Um tiroteio sui generis, travado por meio de notas. Partiu de Aécio o primeiro disparo. Mandou pendurar no sítio mantido pelo governo mineiro na web um texto belicoso. A peça reproduz declarações inamistosas do governador tucano. Aécio se queixa do “descaso” de Brasília na definição de investimentos federais em Minas. Dinheiro que, segundo disse, deveria ser investido na ampliação do Aeroporto de Confins e no metrô de Belo Horizonte. Ao discorrer sobre o metrô, buliu com Dilma. Disse ter formulado uma proposta de parceria entre Estado, prefeitura, empresas e União. “Parece que isso não entusiasmou o governo federal e a própria Casa Civil. Até aí, é compreensível e respeito...” “...Mas essa falta de entusiasmo não pode vir acompanhada do descaso e da ausência de resposta...” “...Se não foi aprovada essa proposta, que se apresente outra, que o governo federal então assuma efetivamente esses investimentos”.
Agastada, Dilma atirou de volta. Em nota oficial, a ministra petista desdisse Aécio: “Ao contrário do que afirma o governador, não há descaso do governo federal em relação a Minas...” “...O Estado e sua população estão sendo beneficiados com investimentos importantes". Que investimentos? Obras do PAC. Sobre o metrô da capital mineira, Dilma anotou: "Quem construiu e mantém o metrô de Belo Horizonte é o governo federal.” Empilhou rubricas previstas no Orçamento da União para 2009: “...R$ 66 milhões para a conclusão do trecho Eldorado-Vilarinho...” “...R$ 50 milhões para a vedação da faixa de domínio do trecho Barreiro-Calafate”. Mencionou desembolsos providos por Brasília: “Os projetos executivos das Linhas 2 e 3, orçados em R$ 15 milhões, estão sendo bancados pelo governo federal”. E explicou o porquê de ter refugado a sugestão do governador: “A discussão sobre a ampliação do metrô em BH está subordinada à definição dos projetos de todas as cidades-sede da Copa de 2014". É a primeira vez que Aécio, o tucano do pós-Lula, abre uma divergência pública com Dilma, a petista que se dispõe a manter no futuro o Lula de hoje. Quanto ao projeto de ampliação do aeroporto, Aécio voltou suas baterias na direção de outro ministro, Nelson Jobim (Defesa). “Solicitei ao ministro que a Infraero iniciasse o projeto executivo para a construção do terminal 2, assim como a ampliação do atual terminal [...]...” “...Não tivemos também, até agora, nenhum posicionamento por parte da Infraero [...]. O que existe ali de investimentos é apenas a ampliação do estacionamento...” “...Necessária, mas que vai gerar novas receitas para a Infraero. Portanto, essa é uma segunda questão para a qual não tivemos respostas ainda”. Noutro trecho do texto que mandou divulgar, Aécio faz um terceiro disparo. Dessa vez, o alvo foi, por assim dizer, genérico: “O governo federal”. Reclamou uma posição sobre repasses da União aos Estados que, como Minas, são exportadores. São compensações por perdas geradas pela chamada Lei Kandir. “Além de não ter efetuado o repasse de R$ 1,3 bilhão referente ao exercício de 2008, o governo federal não incluiu [no Orçamento] nenhum valor para o ano de 2010...” Disse que a “omissão” é coisa “da maior gravidade”. Para Minas e também para o Brasil. Disse ter conversado a respeito com o colega José Serra, de São Paulo. Insinuou que a oposição pode erguer barricadas no Congresso na hora em que for apreciado o Orçamento da União para o próximo ano. “Esperamos que o governo se sensibilize rapidamente, para que nós não tenhamos que viver de novo uma corda esticada, uma queda de braço no Congresso Nacional”. Como se vê, as caldeiras de de 2010 começam a ser ligadas. Escrito por Josias de Souza às 05h54

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