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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PSDB recorre no RS a tática que condena em Brasília

PT e PSDB desempenham, no Rio Grande do Sul, papéis inversos aos que costumam encenar em Brasília. No plano federal, o tucanato é “vítima” das manobras da tropa de elite do governo. Expedientes protelatórios, que travam apurações em CPIs como a da Petrobras e a das ONGs. Na esfera estadual, o PSDB ergue barricadas na CPI constituída sob o patrocínio do petismo para investigar a gestão tucana da governadora Yeda Crusius. Aberta no mês passado, a comissão gaúcha reuniu-se nesta terça (8) pela segunda vez. Em tese, deveria dar início às investigações. Na prática, perdeu-se em bate-boca. No centro da polêmica, estão a presidente da CPI, Stela Farias (PT); e o relator, Coffy Rodrigues (PSDB). A presidente Stela compareceu à sessão munida de uma caixa de documentos. Eram papéis requisitados à juíza Simone Barbisan Fortes, de Santa Maria (RS). Trata-se da magistrada que conduz a ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público contra Yeda e auxiliares dela. O relator Coffy queixa-se do modo como a colega obteve os documentos. Deu-se por meio de um requerimento que não foi votado na CPI. A deputada petista informou que, até esta quinta (10), franquearia aos colegas, à luz do Sol, o acesso ao papelório que não está protegido por sigilo judicial à luz do dia. Quanto ao pedaço sigiloso do inquérito, seria destrinchado em sessões seretas da CPI. O relator tucano estrilou: “Essas informações só poderão vir a público se for votado pelo plenário. Elas não vieram oficialmente”. O deputado Ronaldo Zülke, outro representante do PT na CPI, ironizou: “O relator não quer ter acesso às provas”. Lero vai, lero vem, a altercação verbal levou ao desperdício de uma hora e 55 minutos de sessão. Afora o debate sobre os papéis, boa parte do tempo foi consumida numa insolúvel discussão sobre o plano de trabalho da CPI. Para evitar que fossem votados requerimentos de convocação de 11 pessoas, entre testemunhas e réus, a bancada pró-Yeda, uma tropa de oito soldados, retirou-se do plenário. Coisa parecida com o que fizeram, em Brasília, os aliados de Lula na fase inicial da CPI da Petrobras. Para postergar a instalação, negava-se o quorum. O tucanato e seus sequazes gaúchos oferecem à gestão Yeda o mesmo escudo protetor que Renan Calheiros e Cia. fornecem à administração Lula. Em comum, apenas uma coincidência: o PMDB segura o escudo nas duas praças. Em Brasília, protege Lula. No Rio Grande do Sul, ajuda a socorrer Yeda. Eis a moral amoral dessa história: quem com realpolitik fere com realpolitik será ferido. Escrito por Josias de Souza às 05h52

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