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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

JAC passou carros no porto uma semana antes de IPI subir.

Presidente da importadora de veículos disse que não recebeu informações privilegiadas para adotar medida.

No mercado, decisão da JAC foi tida como forma de combater o aumento do IPI; outras empresas também buscam saídas.

VENCESLAU BORLINA FILHO
CIRILO JÚNIOR
DE SÃO PAULO
ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

A chinesa JAC passou pela alfândega todos os seus veículos uma semana antes do governo brasileiro anunciar o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados.

O presidente da empresa no Brasil, Sérgio Habib, negou ter tomado a decisão com base em informações privilegiadas, mas afirmou que esperava alteração no imposto.

No mercado, a medida da JAC foi tida como estratégica para driblar o aumento do IPI. A exemplo dela, outras empresas também se armaram contra a decisão do governo.

Ontem, em Nova York, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que o governo não vai abrir mão do aumento do imposto e que a medida não é protecionista. "Não estamos proibindo a importação", disse.

Pimentel também afirmou que o governo não teme retaliação e que o decreto não fere as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio). "A medida é um incentivo para que as empresas invistam no Brasil. O preço não é preocupação no momento".

SEIS NAVIOS

A Kia, segundo o seu presidente, José Luiz Gandini, recebeu seis navios com veículos vindos da Coreia do Sul. Ele também negou que a importação tenha sido feita com base em informações de que o imposto subiria.

Ontem, a chinesa Chery afirmou por meio de um comunicado que está "concentrando todos os esforços para continuar oferecendo carros completos com preços justos, qualidade e tecnologia a todos os brasileiros".

Desde a publicação do decreto na sexta-feira, os executivos da empresa estão reunidos para discutir possibilidades dentro do atual cenário para propor a melhor solução aos consumidores.

Segundo a importadora, os carros faturados até o dia 15 não terão aumento. "Desse modo, a Chery manterá o preço sugerido de seus veículos sem o reajuste do IPI até o final do estoque", afirmou a empresa, em comunicado.

O presidente da JAC não revelou a quantidade de veículos nacionalizados, mas afirmou que tem estoque para até seis meses. Por mês, a empresa importa 4.000 veículos. "Não vamos repassar o aumento ao consumidor enquanto esse estoque durar."

O executivo afirmou que entre os esforços da empresa, ele deve reduzir a margem de lucro sobre as vendas, reduzir verbas com publicidade, além de tentar preços melhores com a sede na China.

Ao explicar a estratégia, o presidente da JAC afirmou que tem mais de 20 anos no mercado de automóveis e que esperava alguma, pois 'nenhuma medida mais severa foi tomada no governo Lula'.

"Então esperava alguma coisa, só que não tão forte, não tão protecionista às montadoras nacionais", disse.

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