DA AGÊNCIA BRASIL
Dois suspeitos de integrar um esquema de fraudes em Campinas confirmaram nesta terça-feira, em depoimento ao Ministério Público, denúncias de corrupção na prefeitura da cidade.
Alfredo Antunes e o filho dele, Augusto Ribeiro Antunes, sócios da empresa Global Serviços, afirmaram aos promotores que pagaram propina para manter os contratos que tinham com a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento), empresa de capital misto controlada pela prefeitura de Campinas. A informação é do advogado de defesa dos dois suspeitos, Edson Carneiro Junior.
Segundo o advogado, os dois empresários foram "obrigados" a pagar propina diretamente ao presidente da Sanasa na época, Luíz Augusto Castrillon de Aquino. "Se não pagassem, existiria um desconto na fatura mensal", afirmou o advogado. "A propina era uma obrigação de todas as empresas que trabalhavam lá, sob pena de ter seu contrato rescindido".
A Global Serviços é um empresa de manutenção e jardinagem. Inicialmente, segundo Carneiro Junior, a empresa foi obrigada a prestar serviços particulares em propriedades de Aquino para garantir o contrato com a Sanasa. Mais tarde, os serviços deixaram de ser prestados e Aquino passou a exigir dinheiro para liberar os pagamentos à empresa. O advogado disse ainda que a Global repassou mensalmente a Aquino cerca de R$ 5 mil, durante dez meses. Ao todo, uma propina de R$ 50 mil.
Carneiro Junior disse que a Global denunciou o esquema de corrupção ao Mistério Público em janeiro. Ele disse que seus clientes estão dispostos a colaborar com a investigação e, portanto, acredita que a prisão temporária deles não seja prorrogada.
Ao todo, 11 suspeitos estão presos temporariamente em Campinas. O prazo da prisão temporária acaba hoje, às 23h59, mas pode ser prorrogado por cinco dias. Nove pessoas são consideradas foragidas da Justiça, entre elas o vice-prefeito, Demétrio Vilagra, o secretário municipal de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, e coordenador de Comunicação, Francisco de Lagos Viana Chagas. Os dois últimos foram exonerados hoje.
O ex-presidente da Sanasa, Luíz Augusto Castrillon de Aquino, não está na lista dos 20 nomes com prisão decretada pela Justiça. Em janeiro, ele fez acordo de delação premiada. Por ajudar nas investigações, segue em liberdade.
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