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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Na Bahia, aluno é suspenso de escola pública por "brincar" com colega do mesmo sexo.

Heliana Frazão
Especial para o UOL Notícias
Em Salvador

Um menino de apenas onze anos de idade foi suspenso por dois dias da Escola Estadual Professora Armandina Marques, localizada no bairro popular de Pau da Lima, em Salvador.

O motivo da punição foi o fato de estar praticando "indecência" e "ousadia" com um colega do mesmo sexo, conforme avaliou a vice-diretora da unidade escolar. A educadora também mandou um bilhete para a mãe do aluno recomendando que ela "prestasse atenção ao filho".

"O aluno [nome] está suspenso por dois dias por indecência, indisciplina e ouzadia (sic) com o colega.
Não respeita seu colega, está dando motivos para não ser respeitado. Lhe perguntei: que ele prefere se o sexo feminino ou o masculino, pois o que ele fez foi muito feio. Veio para a escola a fim de bagunçar"
(
Trecho do bilhete que a diretora enviou para a mãe do estudante suspenso por mexer nos cabelos de um colega do mesmo sexo.)

A vice-diretora Magnólia Oliveira explicou que teria flagrado o estudante fazendo carinho na cabeça de um colega -- e este não foi suspenso porque, no entendimento da vice-diretora, estaria sendo "assediado".

O estudante suspenso disse que estava apenas brincado com o colega, tentando desalinhar os seus cabelos, quando a vice-diretora perguntou se ele "gostava de homem ou de mulher".

No bilhete enviado à mãe do aluno, a diretora diz que o estudante estava fazendo "ousadia" e que teve um comportamento "indecente". Na linguagem típica dos baianos “ousadia” pode ter outro significado além daquele descrito nos dicionários como coragem e audácia, ganhando conotações sexuais.

“Eu não preciso prestar mais atenção ao meu filho. Eu sei o sexo dele. Meu filho não é gay, ele é uma criança”, reagiu a mãe, indignada, que pediu para não ter o nome revelado. Ela foi até a escola e à Secretaria Estadual de Educação para se queixar da vice-diretora e pediu a transferência do filho para outra unidade.

Em nota, a Secretaria de Educação informou que a postura da vice-diretora não está de acordo com a política de educação do estado e que providências serão tomadas.

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