Foto: Robson Ventura
A Justiça de Guarulhos decidiu nesta terça-feira (7) que o policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, assim como seu suposto comparsa, o vigia Evandro Bezerra da Silva, deverão ir a júri popular responder pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima, desaparecida no dia 23 de maio e encontrada morta em 11 de junho em uma represa em Nazaré Paulista, na Grande São Paulo.
Paralelamente, o juiz Leandro Bittencourt Cano, acatando pedido do Ministério Público, decretou a prisão preventiva da dupla.
Atualmente, Mizael e Evandro estão soltos e, assim que capturados, poderão ser mantidos presos até o julgamento. Os dois terão de enfrentar o banco dos réus e serão julgados por representantes da sociedade escolhidos pela Justiça. Os acusados negam o crime, e ainda cabe recurso sobre a decretação da prisão.
Atualmente, Mizael e Evandro estão soltos e, assim que capturados, poderão ser mantidos presos até o julgamento. Os dois terão de enfrentar o banco dos réus e serão julgados por representantes da sociedade escolhidos pela Justiça. Os acusados negam o crime, e ainda cabe recurso sobre a decretação da prisão.
Mizael, que é ex-namorado de Mércia, responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima)
O vigia Evandro foi denunciado como partícipe porque saberia das intenções homicidas de Mizael e aceitou colaborar com a prática do crime.
O pedido de prisão preventiva foi feito pelo promotor Rodrigo Merli e faz parte do ritual final da chamada audiência de instrução do caso, iniciada na segunda quinzena de outubro no Fórum de Guarulhos. Os réus e testemunhas foram então interrogados pelo juiz e pelos advogados de defesa e acusação.
A decisão, no entanto, não saiu na ocasião, pois havia uma contestação judicial feita pela defesa pedindo a transferência do caso para Nazaré Paulista, cidade em que o corpo de Mércia foi encontrado – e onde o crime supostamente foi consumado. Cano optou por esperar uma definição sobre a responsabilidade pelo julgamento do crime antes de prosseguir com a audiência.
Com a decisão de que o homicídio deveria ser analisado pela Justiça de Guarulhos, o juiz convocou as partes no final de novembro para que fizessem suas alegações finais. Na semana passada, Merli e o advogado-assistente de acusação pediram a pronúncia dos réus (encaminhamento para júri popular) e solicitaram a prisão preventiva de ambos. A defesa, ao contrário, insistia na inocência de seus clientes.
Para embasar o pedido de prisão preventiva, Merli disse que bateu na tecla de que Mizael intimidaria testemunhas e, assim, poderia estar atrapalhando o bom andamento das investigações do caso. “Ele constrange e intimida testemunhas. Enumerei cada das pessoas que disse ter sido pressionada por Mizael. A irmã de Mércia foi perseguida várias vezes em Guarulhos. O irmão também. Inclusive bateram no carro dele e, depois, fomos descobrir que o motorista responsável tinha trabalhado com Mizael no mesmo batalhão, quando ele era policial da ativa", disse o promotor ao UOL Notícias nesta terça-feira.
Entenda o caso
Mércia foi vista pela última vez no dia 23 de maio da casa dos avós em Guarulhos. Foi encontrada morta em 11 de junho na represa de Nazaré Paulista. Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada, teve a mandíbula quebrada e morreu afogada dentro do próprio carro no mesmo dia em que sumiu.
Para o Ministério Público, Mizael matou a ex-namorada movido por ciúme, e o vigilante Evandro Bezerra Silva o ajudou na empreitada criminosa. O promotor alegou que as provas determinantes para o convencer da autoria do crime foram a quebra do sigilo telefônico, os depoimentos contraditórios do ex-policial e o mapeamento feito em seu carro com a ajuda de um rastreador contra roubo.
Mizael tinha um celular, registrado em nome de terceiro, em que conversou 16 vezes com o suposto comparsa no dia estimado do crime. Além disso, a polícia descobriu que, sempre que falava com o vigia, voltava a ligar para a ex-namorada, como se estivesse tramando uma ação contra ela.
Um laudo pericial reforça a suspeita sobre Mizael ao apontar a presença de uma alga, que seria compatível com alga presente na represa, em seu sapato. Além da alga, foram encontrados na sola do sapato resíduos de chumbo compatíveis com a bala que feriu Mércia, uma mancha de sangue e um pedaço de osso.
A versão do réu
Em sua participação na audiência de instrução na segunda quinzena de outubro no Fórum de Guarulhos, Mizael afirmou que não matou a também advogada, que não conhece a cidade de Nazaré Paulista --onde o corpo dela foi encontrado--, e que acredita que as acusações contra ele fazem parte de uma “armadilha” orquestrada por inimigos, cuja identidade ele não soube dizer.
Em um depoimento que durou cerca de duas horas, ele classificou como “gravíssimo” o assassinato de Mércia, disse que foi uma execução com requintes de crueldade e concordou que o autor de tamanha atrocidade deveria ser preso, pois significa uma ameaça para a sociedade.
Ele também negou ter ameaçado qualquer testemunha ou familiar da advogada, como foi denunciado nos dias anteriores pelo irmão de Mércia, e ainda prometeu que irá fazer uma investigação própria, após a definição de sua situação judicial, para encontrar o verdadeiro assassino de sua ex-namorada.
Mizael afirmou ainda que acredita na Justiça, que “amava” a garota enquanto o relacionamento durou e que não teria uma explicação clara sobre o motivo do fim do relacionamento. Segundo ele contou, em um certo dia, Mércia falou que "não queria mais namorar”. Depois disso, ainda de acordo com Mizael, eles se separaram e passaram a se encontrar apenas eventualmente, “sem compromisso”.
Contradições
O policial militar reformado disse desconhecer a origem da alga aquática encontrada pela perícia criminal em um sapato seu aprendido em sua própria casa. Segundo laudo do Instituto de Criminalística, tal resíduo orgânico é similar aos encontrados na represa de Nazaré Paulista.
“Nunca fui a uma represa de sapato”, disse ele, que contou usar apenas tênis nos finais de semana. Mércia foi morta em um domingo.
O advogado também não conseguiu explicar o motivo pelo qual omitiu a existência de um número de telefone celular em que costumava fazer ligações para Evandro. O aparelho, registrado em nome de outra pessoa, fez, segundo a polícia, pelo menos 16 ligações para o suposto comparsa no dia 23 de maio.
Mizael alegou que “não se lembrou” de citar o número em seus interrogatórios à polícia. Ele assumiu, no entanto, que no dia fez pelo menos três ligações para Evandro.
Nas duas horas de interrogatório, era possível ouvir o som de um grupo de pessoas que fazia manifestações em frente ao Fórum de Guarulhos, gritando “assassino” e “prende ele”.
Foto: Paulo Alexandre
Delegado Antonio de Olim vai à casa de Mizael Bispo de Souza, em Guarulhos (SP). A Justiça decidiu nesta terça-feira (7) que o policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, assim como seu suposto comparsa, o vigia Evandro Bezerra da Silva, deverão ir a júri popular responder pelo assassinato da advogada Mércia Nakashima. Paralelamente, o juiz Leandro Bittencourt Cano, acatando pedido do Ministério Público, decretou a prisão preventiva da dupla.Fonte: Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O Delegado Antonio de Olim foi á casa e ao escritório do Mizael, está babando para colocar as mãos nele, já virou pessoal a coisa após aquele bate boca no interrogatório.
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