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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Delegado é condenado a 6 anos por montar ''delegacia pirata''.

O delegado Paulo Sérgio Oppido Fleury foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão sob a acusação de desviar produtos piratas apreendidos pela delegacia que ele chefiava, a de Repressão à Pirataria do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). O delegado é acusado de transformar sua empresa de assessoria em uma espécie de delegacia pirata e de fazer da delegacia que chefiava uma extensão de suas atividades empresarias.

A condenação por peculato não é definitiva. Ainda cabe recurso da sentença dada no dia 11 pelo juiz Kalus Marouelli Arroyo, da 23ª Vara Criminal de São Paulo. Ele concedeu ao delegado o direito de apelar em liberdade. O Estado procurou o advogado Jorge Henrique Monteiro Martins, que defende Paulo Fleury, mas não o achou. No processo, ele pediu a absolvição do delegado sob a alegação de que a Promotoria não demonstrara irregularidade por parte do delegado como policial ou como empresário.

Filho do delegado Sérgio Paranhos Fleury, do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), o policial era o titular da Delegacia de Repressão à Pirataria quando o escândalo estourou, em 2003. Segundo a acusação, ao mesmo tempo que chefiava a delegacia, Paulo Fleury assessorava empresas interessadas em proteger suas marcas e produtos por meio da Fleury Consultoria Ltda.

O delegado é acusado de oferecer aos seus clientes serviços como "trabalho de investigação e informação" e dizia que as diligências seriam efetuadas pela "delegacia especializada, com formalização das apreensões, bem como o posterior envio ao Instituto de Criminalística do material apreendido (...)" e que seria "instaurado inquérito policial para a apuração dos autores da fraude". Para executar esses serviços, o delegado se valia de outra empresa, a Master Prestadora de Serviços, de Robson Rafael Cirino de Souza - condenado por peculato pelo juiz a 3 anos e 4 meses de prisão. Segundo a acusação, eles fecharam contratos com empresas de alimentos, tabaco, de ferramentas, de crédito e de roupas.

As mercadorias apreendidas eram levadas à delegacia que Fleury comandava. Em seguida, "eram depositadas em favor do co-réu Robson Rafael, mandatário do acusado Paulo (Fleury)". "A usurpação da atividade pública por parte do delegado Fleury", disse o juiz, "resultou em transmudar as repartições policiais em extensão das suas empresas."

Em seus depoimentos, os representantes das empresas admitiram que contrataram a empresa de Fleury. Entre os documentos achados pela Justiça na empresa de Fleury e na Master, que eram vizinhas e ficavam perto do Deic, no Carandiru, na zona norte de São Paulo, estavam autos de apreensão de mercadorias e boletins de ocorrências da delegacia de Fleury. Segundo a sentença, os réus "ocultaram em benefício próprio ou alheio documentos públicos de que não podiam dispor".

Ali também havia caixas de perfume Natura e ferramentas da Bosch falsificados, apreendidos pelo delegado. "Tais produtos apreendidos nos inquéritos policiais presididos pelo denunciado, na qualidade de delegado de polícia, deveriam estar anexados aos inquéritos ou em poder das empresas vítimas ou sido destruídos. Nunca poderiam estar em poder dos acusados. Assim agindo, apropriaram-se de valores ou outros bens em proveito próprio", disse o juiz. Foram achados 25 autos de apreensão de mercadoria sem vínculo com inquéritos, cujos bens não haviam sido enviados à perícia, mas "subtraídos pelos denunciados".

O delegado, atual chefe do 17º Distrito Policial (Ipiranga), responde a outro processo sob a acusação de presentear as secretárias da então juíza-corregedora da Polícia Judiciária, Ivana David Boriero, com bolsas Louis Vuitton falsificadas.

PARA LEMBRAR.



Fleury, o pai, foi um dos chefes da repressão.


Era 1.º de maio de 1979 quando um escorregão matou o delegado Sérgio Paranhos Fleury. O doutor Fleury caiu do barco em que estava em Ilhabela (SP) e morreu afogado. O acidente banal acabou com a vida do homem que matou alguns dos maiores inimigos do regime militar (1964-1985), como os líderes comunistas Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. Militares aprenderam com ele a prender, torturar e matar. Criou a figura do cachorro, o militante de esquerda que mudava de lado e delatava colegas - caso de José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo. O promotor Hélio Bicudo tentou condená-lo pelos crimes do esquadrão da morte - quando teve, por pouco tempo, a prisão decretada, ele ficou detido em seu gabinete, no Palácio da Polícia. Os policiais o viam como um líder. Foi capaz de explorar o medo que seu nome causava para obter a rendição de um bandido que mantinha reféns em um bar no centro de São Paulo. Tornou-se um dos símbolos daqueles anos de chumbo.

Fonte: Marcelo Godoy - O Estadao de S.Paulo

3 comentários:

  1. E seis pensa que tem só este é o governo tinha de tomar vergonha na cara e fazer uma varredura fazer um altentico pente fino e sem contar q eles ameaçam e fazem o q querem pois tem o poder publico contra aquele q nem conhece os seus direitos e nem tem onde cair morto e q pode ser enterrado como indigente, é uma vergonha sou filho de policial militar meu pai dedicou 33 anos da sua vida e nem tem sua casa ou seu carro proprio ainda com quase 66 anos como pode um policial militar ter casa, carro, moto, casa com piscina, na praia e o meu pai??? porque meu sempre foi honesto mais nos dias de hoje 99% dos federais, militar, guarda, civil, bombeiros, ou qual seja o seu posto a maioria tem tudo isso q falei e muito mais, quando será q alguem vai tomar vergonha na cara e fazer alguma coisa... isso aqui só tem um jeito uma REVOLUÇÃO e só...

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  2. que pena que ele morreu afogado, tinham que ter pego ele e efola-lo vivo pedacinho por pedacinho safado deve dar com o capeta agora.

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  3. Este sim, merecia ser mesmo torturado! Prá todo mundo ver!

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