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domingo, 19 de agosto de 2012

Parlamentares querem ouvir prefeito de Guarulhos na CPI do Cachoeira.

Agência Senado

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) apresentou nesta semana à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos pedidos para a convocação do atual prefeito de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, Sebastião Almeida, e do antecessor dele, Elói Pietá, ambos do PT. O parlamentar se baseou numa reportagem da revista Época, segundo a qual a Delta teria sido favorecida irregularmente em duas concorrências públicas para realização de obras do PAC no município.

Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e o deputado Rubens Fonseca (PR-DF) querem que o contador Gilmar Carvalho de Moraes dê explicações à CPI. Os requerimentos pedindo a convocação do contador e também a quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico foram protocolados na última quarta-feira pelos parlamentares. Gilmar de Moraes é ex-marido de Roseli Pantoja da Silva, que o acusou de ter usado o nome dela indevidamente para abertura de empresas de fachada que integrariam o esquema do contraventor goiano, preso pela Polícia Federal desde fevereiro.

Roseli Pantoja esteve nesta semana na CPI e deu um depoimento que surpreendeu os parlamentares. No início, chegaram a pensar que haviam convocado a pessoa errada. Até então acreditavam tratar-se de uma rica empresária, sócia da empresa fantasma Alberto & Pantoja Construções, que teria recebido, em apenas um ano, R$ 27,7 milhões do esquema de Cachoeira por meio da construtora Delta. Roseli, no entanto, é dona de um box na Feira dos Importados, em Brasília, e revelou ter uma vida simples. Ela depôs sem advogado e disse que só ficou sabendo que era sócia da Alberto & Pantoja pela imprensa.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

fonte: Jornal do Brasil

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