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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vou comer um PCO.


Nessas andanças políticas lembro de algumas brigas de facções quando estudava na Faculdade de Guarulhos . Lá era efervecencia cultural e política e havia discussões acaloradas pela melhoria do ensino universitário e formação de centros acadêmicos onde os estudantes teriam um lugar para se reunir e discutir ações estudantis.

Na época me lembro que uma turma de história e matemática tinha predileção pelo PT e PCdoB, o pessoal de Fisioterapia ligado à partidos de direita e centro como o PMDB e PFL, havia também partidos considerados mais radicais como o PSTU,PCB e havia uma turma no qual eu era um dos dirigentes que eramos chamados de independentes e sem partido.

Todas as vezes que aumentavam a mensalidade ou nada era investido em melhorias que pudesse favorecer o aluno a gente se reunia com alguns membros das “facções” e discutia exaustivamente um plano de ação que era desde criar um comitê para falar com a reitoria ou mesmo chutar o balde fazendo manifestações andando com caminhão de som e descendo a lenha na política da faculdade.

Devo dizer que a nossa turma de psicologia era ressabiada com as facções que tinham partidos por trás e nós não gostavamos de se misturar principalmente por que eles gostavam de copitar certas lideranças do movimento. Na época eu tinha uma relação mais harmonica com alguns membros da juventude do PT e de simpatizantes, havia alguma harmonia também com membros do PMDB. O PCB e o PSTU não se misturavam e nem se alinhavam ainda de maneira mais contundente.

O movimento de luta independente dos alunos de psicologia geralmente era quem decidia na hora que o páreo estava empatado e por isso todos queriam nos cortejar insistentemente, eu em particular tinha até um trânsito junto à alguns simpatizantes do PSTU e do PCB, mas era dificil um pouco a relação porque eles me chamavam de pequeno burgues só porque o nosso curso era junto com fisioterapia um dos mais caros.

Mas o que eles não sabiam é que o pequeno burgues acordava quatro e meia da manhã e entrava as seis horas numa confeitaria de um supermercado para trabalhar e pagar a mensalidade, enquanto eles os pais pagavam a faculdade e ainda davam o carro para eles se locomoverem,além da casa dos revolucionários serem no centro de Guarulhos que é ainda hoje um dos lugares mais caros por metro quadrado.

Na verdade essas reminiscência veio em minha mente por causa de um comentário que fiz a um amigo na época no qual fomos incumbidos pelo movimento de luta dos estudantes da Faculdade de fazer um fanzine para criticar a falta de estrutura do local.

Lembro que era à tarde e nos reunimos numa sala e como o pequeno burgues saia do trabalho ás duas da tarde fui direto para encontrar com esse amigo e estava com muita fome. Fiquei ali fazendo o Zini,mas não via a hora de acabar para ir ao bar amarelo do Arnaldo que ficava de frente da Faculdade para comer algo e tomar um cafezinho ralo.

Passou alguns minutos e logo adentraram na sala dois alunos do período da noite do curso de história que queriam colaborar e fiscalizar os escritos do fanzine. Chegaram se apresentaram como representantes de esquerda da Faculdade e por ai foi.

Deixamos que eles participassem e dessem opiniões, mas essa turma na época tinham uma grande limitação e achavam que estavam na guerrilha falando de armas e explosões. Aquelas colocações já estavam enchendo o saco e eu não via a hora de terminar o fanzine para comer. O tempo foi passando e a cada texto eles queriam fazer mudanças radicais e com conteudo agressivo. Foi ai que o pau comeu e disse a eles, bom já que vocês só querem dar ideia e ficar só de olho que façam voces que eu vou comer um PCO.

Pronto isso foi um estopim para uma briga e eles vieram pra cima querendo brigar pra valer comigo. Só depois fui entender que eles eram de um partido político chamado PCO(Partido da Causa Operária) e só depois eles entenderam que eu queria apenas comer um Pão Com Ovo no bar amarelo do Arnaldo que hoje é assessor do vereador Kamei na Câmara Municipal de Guarulhos.

Auriel Filho
é Formado em Literatura
e Psicologia

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