Blog do Caboré – Caicó/RN
Por falar em chuvas, uma homenagem ao preto velho Maximino Joaquim, homem de muita fibra, trabalhador honesto, poeta e repentista.
Posseiro de vazante no açude Itans, em Caicó, perde esse direito com a chegada de um novo chefe do Dnocs na região.
Birrento, garantiu denunciar o fato pessoalmente ao presidente Getúlio Vargas e recuperar a sua gleba de terra. O homem não lhe fez caso.
Maximino pegou um pau de Arara e mandou-se para o Rio de Janeiro, a então Capital da República, e não só conseguiu falar com Vargas como trouxe uma ordem expressa para que lhe devolvessem o lote.
Semanas depois, retorna ao Itans e esfrega o “decreto do homem” na cara do que pensava ser o dono do mundo.
- Aqui, dotozinho. Leia!
O chefe da repartição lê e resmunga, e Maximino o cutuca:
- Vai desobedecer a ordem homem?
Bufando de raiva, o cara de jaca devolve o pedaço de chão a Maximino.
Anos mais tarde, já velho e morador urbano, vira jardineiro da Praça do Rosário. A cada regada de planta, uma talagada de cana. Seu veio poético vinha à tona:
- Meu nome é Maximino Joaquim/ tenho um lado bom, o outro ruim!
Certo dia, aparecem uns pinguços pedindo uma nica para a compra de uma garrafa de zinebra gato. O velho goza a trinca:
- A galinha quando é gorda/Se conhece pela inchunda/Carro de boi bem carregado/A boiada faz corcunda/Se querem um dinheirinho/Vão arranjar com as suas bundas.
Fosse vivo, eu pediria ao preto velho uns versos sobre Arruda e seus galhos podres, que são os deputados distritais de Brasília e seus asseclas.
Falando nisso, o nosso Enriquinho Alves que mantém distância de pobre para não sujar as mãos, danou-se para as Oropas. Coincidentemente, no momento em que um dos chefes da maracutaia demoniocrata o incluía na lista do mensalão candango…
E agora, JAÚ?
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