A Operação Castelo de Areia deu à luz, nesta segunda (7), a 14 filhotes.
Deve-se o lote de partos à procuradora Karen Loise Jeanette Kahn.
Ela remeteu a autoridades de outros Estados e de Brasília 18 representações.
Pede a abertura de inquéritos para apurar malfeitos detectados em 14 obras.
Na lista, canteiros assentados no Estado de São Paulo –metrô e Rodoanel, por exemplo.
Inclui também obras do PAC. Por exemplo: eclusa de Tucuruí e aeroporto de Vitória.
Os empreendimentos constam de planilha apreendida pela Polícia Federal.
A peça liga obras a autoridades e parlamentares que teriam recebido verbas da construtora por baixo da mesa.
Tomada pelo tamanho -mais de 200 nomes- a planilha insinua encrenca gigantesca.
Tomada pela cor, promete terremoto pluripartidário. Vai do PMDB ao PCdoB, passando pelo PSDB.
A procuradora Karen passou os casos adiante porque os personagens sob suspeição fogem à sua alçada.
Ao procurador-geral da República Roberto Gugel, por exemplo, enviou-se cópia da planilha com os nomes de congressistas.
Cabe a ele, se julgar que é o caso, requisitar abertura de inquérito ao STF, o foro dos parlamentares.
Apuram-se crimes variados: improbidade administrativa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e delitos eleitorais.
No texto que levou à web para informar acerca das providências, o Ministério Público se exime de citar nomes.
Vai abaixo a lista das obras e as supeitas que pesam sobre cada uma delas:
Representações encaminhadas à Procuradoria Geral da República:
1. Eclusa da Hidrelétrica do Tucuruí (PA) - Acusações contra membro do TCU, diretor-geral do DNIT, diretor financeiro e diretor de Engenharia e Planejamento da Eletronorte;
2- Aeroporto de Vitória - Malfeitos atribuídos senador do PSB;
3- Metrô de Fortaleza - Envolve deputado federal e senador do PCdoB;
4- Metrô de São Paulo, Linha 4-Amarela - Acusações a deputado federal do PSDB, membros do Tribunal de Contas de SP a uma candidata do PT a deputado estadual no Paraná;
5- Rodoanel - São Paulo - Implica deputado federal do PR e diretor de Engenharia da estatal parlista Dersa;
6- Cesp - Ponte Paulicéia - Acusa deputado federal do PSDB e filiado do PMDB;
- Em tempo: enviou-se também ao procurador-geral da República a planilha que associa as obras a autoridades do Executivo e congressistas suspeitos de ter receber propinas.
Para a Procuradoria Geral da Justiça de São Paulo foram as seguintes representações:
1 - Paraisópolis - Envolve secretário de Habitação da Prefeitura de São Paulo;
2 - Prefeitura de Jundiaí - Atribui malfeitos a assessor especial da Prefeitura de Jundiaí;
3 - Senasa - Campinas - Acusa o secretário de Planejamento e o diretor técnico do Senasa;
4 - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural Ambiental da Cidade de São Paulo - Trata da liberação de obra de interesse da Camargo Corrêa, com suposto envolvimento do secretário de Habitação de São Paulo e de vereadores, incluindo o presidente da Câmara Municipal paulista;
5 - Obra de Jurubatuba - Trata de supostos malfeitos do secretário de Infra-Estrutura Urbana e Obras da prefeitura de São Paulo e do secretário-geral do DEM;
6 - Metrô de São Paulo - Linha 4 - Amarela e Rodoanel - Envolve auditor e conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo, membros do Ministério Público do Estado e da Polícia Civil paulista;
7 - Obra de Estreitinho - Menciona os diretores de Engenharia e de Construção de Furnas;
À Procuradoria Geral da Justiça do Rio de Janeiro, remeteu-se uma representação:
1. Metrô do Rio de Janeiro - Implica um secretário de Estado do Rio;
Ao Ministério Público Federal no DF, mais uma representação:
1. BR-101 - DNIT: Trecho ligando capitais litorâneas entre RN e PE, com suposto envolvimento do diretor de Infra-Estrutura Rodoviária do DNIT e coordenador geral de Construção Rodoviária do mesmo órgão;
À Justiça Federal de São Paulo, mais uma petição:
1. Pedido de abertura de inquérito: Envolve conselheiros executivos da Camargo Corrêa em crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O escândalo que se esconde sob as dobras da planilha da Camargo Corrêa é vinho da mesma pipa que embebedou o governo 'demo' de José Roberto Arruda.
A diferença está no tamanho dos panetone$ e na quantidade de meias e cuecas.
- PS.: Ilustração via sítio 'Charges do Benett'.
Escrito por Josias de Souza às 19h07
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