Num Brasil de tantas perversões, há imoralidades que passam despercebidas. Tome-se o caso de Fernando Sarney.
Frequenta um inquérito da PF na condição de indiciado. Acusam-no de delitos variados: formação de quadrilha...
...Gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Foi ao noticiário como gota no mar de denúncias que enredou o pai, José Sarney. Em meio a atos secretos...
...Empregos à parentela e patrocínios à fundação, Fernando enganchou-se no escândalo como uma espécie de etc.
Súbito, o filho do senador foi à Justiça contra o Estadão. O diário expunha as entranhas do inquérito policial que protagoniza.
Fernando Sarney obteve liminar. E o jornal foi proibido de publicar-lhe os malfeitos.
Não fosse pela censura, o Estadão e outros jornais talvez já tivessem virado a página.
Graças à maldita ficou-se sabendo, mais do que já era sabido, que Fernando Sarney é um personagem peculiar.
Uma pessoa proibida para menores de 18 anos e para contribuintes adultos.
Os negócios que trançara nas franjas do aparato estatal não podiam ir às bancas nem protegidas por plástico preto.
A censura produziu efeito diverso do pretendido. Fernando Sarney ficou superexposto. E, com ele, o pai senador.
Acionado, o STF dobrou as penas. Podendo interromper a censura, manteve-a.
Pois bem. Nesta sexta (18), o filho do presidente do Senado veio à boca do palco com pose de bom moço. Informou que desistiu da ação judicial contra o Estadão.
"Infelizmente, este gesto cidadão teve, independente de minha vontade, interpretação equívoca de restringir a liberdade de imprensa, o que jamais poderia ser meu objetivo".
"Para reafirmar minha convicção e jamais restar qualquer dúvida sobre ela, resolvi tomar esta atitude”.
Por quê? Disse que “a liberdade de imprensa é um patrimônio da democracia”. Acrescentou: “Jamais tive desejo de fazer qualquer censura a seu exercício".
Ora, ora, ora. Algumas justificativas oficiais, por canhestras, deveriam ser censuradas.
Escrito por Josias de Souza às 18h36
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