O Guarulhos Hoje, em maio de 2008, foi o primeiro veículo de comunicação da cidade que informou seus leitores que o Viaduto Cidade de Guarulhos não seria entregue naquele ano, como prometia e alardeava o ex-prefeito Elói Pietá (PT)
Mesmo assim, a informação não era confirmada pela administração, que tentava - de todas as formas possíveis - fugir do assunto. Falar da grande obra, que seria a marca da gestão de Pietá, parecia ser um dogma, algo que não poderia jamais ser discutido, quanto mais questionado. O tempo foi passando até que finalmente, em um jogo de cena, a Prefeitura mandou para este ano a inauguração de todo o complexo.
Para não ficar feio demais para Pietá, ele preparou a inauguração da alça de acesso à pista lateral da rodovia Presidente Dutra, no sentido São Paulo, já no apagar das luzes daquela administração, na antevéspera do Natal. Teve até um grande show popular para comemorar a obra. No dia seguinte, uma chuva mais forte interditou a saída da alça, revelando o grande mico. Com a volta do movimento normal de veículos, em janeiro, o motorista guarulhense se deu conta de que havia perdido uma saída para a Dutra, já que tinha que enfrentar todo o trânsito da pista lateral, inclusive o proveniente das avenidas Tiradentes e Aniello Pratici. Ou seja, tudo errado.
O prefeito Sebastião Almeida (PT), em visita ao GH, rendendo-se às evidências, foi obrigado a reconhecer que precisaria corrigir os erros deixados por seu antecessor. Tanto que encomendou estudos e projetos para resolver o gargalo na saída da alça, bem como no cruzamento da Paulo Faccini com a Monteiro Lobato, onde sobrou um semáforo logo aos pés da grande obra inacabada.
Já em outubro, mais uma vez em primeira mão, o GH informou à cidade que a Camargo Corrêa havia abandonado a obra. Para surpresa geral, o fato tinha ocorrido em junho. A empresa comunicou a Prefeitura que não iria acabar e saiu de fininho. A administração, em momento algum, teve o trabalho de prestar contas para a população do abacaxi que tinha em mãos. Lamentavelmente, Almeida manteve em seu primeiro escalão o mesmo secretário de Obras, responsável direto por todo este imbróglio causado ao Município. Sim. João Marques Luiz Neto foi um dos únicos secretários da gestão Pietá mantidos por Almeida.
Nesta quinta-feira, a máscara do secretário caiu ao depor na Comissão de Obras da Câmara Municipal. Ele confessou que sabia desde o ano passado, quando a administração ainda prometia entregar o Viaduto, que a Camargo Corrêa abandonaria a obra sem terminar. Ora, se sabia, por que não se antecipou? Se sabia, por que continuou a enganar a população? Se sabia, por que deixou a situação chegar ao ponto em que está hoje? Obviamente, o secretário prefere se calar ou evitar a imprensa, como fez logo após a reunião da Câmara, quando se recusou a atender aos repórteres.
Conforme o GH apurou, o preço da obra, orçada três anos atrás, por R$ 32 milhões, já beira os R$ 70 milhões. E ainda assim, com todos os erros de projeto. A Prefeitura deverá gastar muito mais para deixar a grande obra de Pietá concluída e em condições ideais de tráfego, já que diversas obras menores, porém bastante custosas, ainda precisarão ser feitas. Fica só mais uma pergunta: vai ficar por isso mesmo?
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