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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Maldição da presidência da Câmara de Guarulhos.

Maldição da presidência da Câmara já assombra Alan Neto Redação Guarulhosweb 14/12/2009 10:58 Quando torna-se lugar comum dizer que político é tudo igual, que a Justiça protege os poderosos, que nada vai mudar, surge uma luz no fim do túnel Às vezes, acesa por quem você imagina que está fora do jogo. Na sexta-feira, o Guarulhos Hoje trouxe uma boa notícia àqueles que prezam pela transparência e ética na administração do dinheiro público. Por iniciativa do ex-vereador Edson Albertão, que entrou com a denúncia no Ministério Público, a Justiça determinou a extinção de 134 cargos comissionados, criados pelo atual presidente da Câmara, Alan Neto (PSC), em junho passado. Com a decisão, que ainda cabe recurso, em 90 dias, Alan Neto - que, no exercício do poder - vem repetindo velhas práticas de clientelismo tão condenadas pela população - deverá cortar os 134 funcionários contratados sem concurso para inchar a Câmara Municipal de Guarulhos. A economia aos cofres públicos beira os R$ 300 mil por mês. Lógico que entre esses funcionários comissionados, há gente que trabalha e honra os salários que recebem. Porém, há que se preservar a moralidade no uso de cargos públicos. Muitos foram alojados em gabinetes de vereadores amigos, aqueles que ajudaram a aprovar o tal trem da alegria. Na época, Alan Neto justificava a contratação de tanta gente sem concurso público devido à necessidade de recompor os quadros da Casa, que foram perdidos ao longo de muitos anos sem a realização de contratações. Ele dizia que era fundamental para o processo de modernização do Legislativo, que - alegava - estar implantando em sua gestão. Vale frisar que tudo isso ocorreu na esteira da criação de 90 cargos de confiança para o Executivo. Juntou o útil ao agradável. Vereadores da base interessados nos cargos criados na Prefeitura facilitaram a aprovação nas vaguinhas a mais na Câmara, dentro da velha política de uma mão lava a outra. Talvez não contassem com a participação do Judiciário que, desta vez, foi ágil o bastante para romper com esse elo, que só faz manchar ainda mais a imagem dos políticos brasileiros. Alan Neto, que está há praticamente um ano presidente da Câmara, bem diferente do que posava enquanto candidato, repete os mesmos erros de seus antecessores e, se não mudar os rumos de suas ações, caminha para uma tal maldição que acompanha quase todos os parlamentares que ocuparam a mesma cadeira. Os últimos presidentes da Casa - Gilberto Penido e Paulo Carvalho - se agarraram tanto ao cargo e se mostraram tão fracos na gestão que foram rejeitados nas urnas. Nenhum dos dois conseguiu a reeleição. Sebastião Alemão foi outro que, aos poucos, foi desaparecendo do cenário político, principalmente depois que, em 2004, tentou ser prefeito e acabou bem mal votado. Fausto Martello, um pouco mais lá atrás, desistiu da política. O único deles que ainda se mantém é Ulisses Correia, que só conseguiu ser diplomado vereador após uma briga judicial, já que sua candidatura ficou sob júdice, devido a denúncias de compras de votos. Provavelmente, Alan Neto, um presidente que não consegue nem mostrar para a população o que sua Câmara realiza, vai fazer de tudo para manter seu trem da alegria ativo. Perder esses 134 cargos seria uma grande derrota política, que desestabilizaria seu mandato, obtido justamente à base de vários compromissos. Muitos, aliás, que nunca foram cumpridos. Ainda bem que existem ainda pessoas como Albertão, atentas a não permitir - como cidadãos comuns - tantos descalabros.

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