Num dos textos que recheiam sua coluna deste domingo (14), Elio Gaspari reforça o caráter pantomímico do lero-lero de Lula sobre os cubanos que “se deixam morrer” de greve de fome.
Na semana passada, Lula comparou os dissidentes de Cuba à bandidagem comum enjaulada em São Paulo.
Numa das passagens de seu texto, o repórter conta que, no caso dos sequestradores de Abílio Diniz, Lula ficou do lado dos bandidos.
“Nosso Guia, ou Grande Mestre, como diz a comissária Rousseff, comparou as razões dos dissidentes cubanos que fazem greve de fome às dos delinquentes das prisões nacionais.
O aspecto autoritário, intolerante e até mesmo servil da fala de Lula já foi universalmente exposto, mas resta um detalhe: a natureza farsesca de seu próprio recurso à greve de fome.
Em 1980, quando penou 31 dias de cadeia que ajudaram-no a embolsar pelo Bolsa Ditadura um capital capaz de gerar mais de R$ 1 milhão, Lula fez quatro dias de greve de fome.
Apanhado escondendo guloseimas, reclamou: 'Como esse cara é xiita! O que é que tem guardarmos duas balinhas, companheiro?'
Em 1998, quando os sequestradores do empresário Abilio Diniz fizeram greve de fome na cadeia, Lula ligou para o presidente Fernando Henrique Cardoso e intercedeu por eles: 'Olha, Fernando, você vai levar para a tua biografia a morte desses caras'. (Dar o mesmo telefonema para Raúl Castro, nem pensar.)
Nesse mesmo ano, quando Lula sentiu-se massacrado pelas denúncias de intimidades imobiliárias com o empresário Roberto Teixeira, saiu em busca de apoios e disse que cogitava fazer uma greve de fome. Não fez, e tanto ele como Teixeira alimentam-se bem até hoje.
Recordar é viver. Em plena ditadura, o presidente Ernesto Geisel foi confrontado por uma greve de fome de 33 presos políticos da Ilha Grande que reivindicavam transferência para o continente. Quando o jejum estava no 14º dia, Geisel capitulou: 'Ceder a uma greve de fome é duro, mas eu prefiro ceder'."
Sem entrar no mérito de qual é o menos pior, não tenho dúvidas de que, "nunca na história desse pais" tivemos um cidadão tão hipócrita quanto o Luis Inácio Lulla da Silva. Ele consegue reunir alguns “valores” que jamais conceitos psicológicos conseguirão explicar. Realmente, exaltando a ironia do presidente Barack Obama: “Ele é o cara” só faltou concluir a frase.
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