A Polícia Federal prendeu 31 pessoas nesta quarta (7). São acusadas de fraudar licitações da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Entre os presos há um personagem conhecido: Valdebran Padilha (foto). É um dos “aloprados” que, em 2006, tentou comprar o dossiê anti-tucanos.
Naquela época, Valdebran era tesoureiro do PT em Mato Grosso. Voltou às garras da PF no mesmo Estado.
Deu-se à nova operação um nome escalafobético: Hygeia. A encrenca nasceu de uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União.
Detectaram-se indícios de desvios de R$ 51 milhões em verbas da Viúva. A PF suspeita que a fraude é maior. Pode roçar os R$ 250 milhões.
Estão sob investigação políticos, gestores de ONGs e empresários. As prisões desta quarta foram feitas em Brasília e quatro Estados: MT, MG, GO e RO.
A suposta participação de Valdebran nos malfeitos é esmiuçada em despacho do juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal de Mato Grosso.
Guiando-se pelas conclusões do inquérito da PF, o juiz apontou a “existência” de uma “disputa política entre o PT e o PMDB” por postos de chefia na Funasa.
O órgão pende do organograma do Ministério da Saúde, gerido por José Gomes Temporão, do PMDB.
O magistrado cita depoimento de uma testemunha. Teria desnudado um acordo firmado entre políticos, Valdebran e empresário: Evandro Vitório.
O acordo teria por “objeto”, nas palavras do juiz, "a indicação do cargo de Coordenador Regional da Funasa-MT”.
Para quê? O grupo seria beneficiado “com repasse de percentual sobre as obras conseguidas". Numa palavra: propina.
Roger Fernandes, advogado de Valdebran e do irmão dele, Waldemir Padilha, também detido, afirma que a prisão de seus clientes foi "ilegal e desnecessária".
Escrito por Josias de Souza às 03h07
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