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quinta-feira, 8 de abril de 2010

PT aciona sindicatos para se contrapor a ato de Serra.

O PT de São Paulo acionou sua engrenagem sindical para providenciar a platéia que festejará Lula e Dilma Rousseff, no sábado (10), em São Bernardo (SP). Os organizadores da pajelança político-sindical acertam os seus relógios pelos ponteiros da oposição. No instante em que a candidatura de José Serra for aclamada em Brasília, Dilma e seu cabo-eleitoral estarão cercados de trabalhadores. Serra e seus aliados discursarão num auditório alugado, em Brasília. Marcou-se o início do ato para as 9h. Dilma e Lula falarão na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. Entre os oradores da Capital, Fernando Henrique Cardoso. Nos microfones da cidade paulista, Lula. Nada mais plebiscitário. O PSDB espera reunir no ato pró-Serra cerca de 2 mil pessoas. O PT estima que arrastará para o evento de Dilma mais do que o dobro disso. No comando da arregimentação está a CUT, braço sindical do PT. Acionaram-se, de resto, outras cinco centrais sindicais. A principal delas é a Força Sindical, comanda pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Na fase FHC, Paulinho achegara-se ao tucanato. Servia, então, de contraponto à CUT. Na nova era, o deputado passou a orbitar ao redor de Lula. O PDT, partido de Paulinho controla, hoje, as arcas do Ministério do Trabalho, chefiado por Carlos Lupi, mandachuva da legenda. As centrais não devem ter dificuldades para atrair gente. Surfam na ira do sindicalismo corporativo, em guerra contra a gestão tucana em São Paulo. O ato de Serra será politemático. O candidato da oposição deve iluminar a plataforma de governo que levará aos palanques. Fugirá da pecha de anti-Lula. O evento de Dilma será monotemático: emprego. A julgar pelo que vem dizendo, a candidata governista venderá o inimigo como “lobo em pele de cordeiro”. Numa tentativa de multiplicar a audiência de Serra, o tucanato decidiu transmitir o ato de Brasília pela internet, ao vivo. Os presidentes das três legendas que estão com Serra levaram à web um convite escrito e um vídeo, reproduzido lá no alto. Na peça, Sérgio Guerra (PSDB), Rodrigo Maia (DEM) e Roberto Freire enaltecem Serra e realçam a importância da internet. Ao final, o endereço do sítio mobilizapsdb, no qual será acomodado o link que conduzirá, no sábado, às imagens da aclamação de Serra. Oficialmente, o PT e o alto comando da campanha de Dilma alegam que o evento de São Bernardo nada tem a ver com o ato de Brasília. Nos subterrâneos, Sérgio Guerra, coordenador nacional da campanha de Serra, refere-se à iniciativa dos adversários como “uma sacanagem”. Afirma que o Congresso em que o PT lançou Dilma, em fevereiro, foi “respeitado” pela oposição. E lamenta que Lula e Dilma não têm o mesmo “respeito”.

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