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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Waldomiro Diniz virou réu por ‘extorsão’ e ‘corrupção’.

Foto: Bruno Stuckert/Folha

Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil no primeiro mandato de Lula, virou réu em ação penal que corre na Justiça Federal do DF.

O juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara do DF, aceitou denúnca formulada pelo Ministério Público.

Além de Waldomiro, foram ao banco de réus outros sete acusados. Entre eles o advogado Rogério Buratti, velho conhecido de Antonio Pallocci.

A denúncia aceita pelo juiz refere-se a um escândalo de 2003, primeiro ano de Lula. Envolve a multinacional GTech.

De acordo com a Procuradoria, a empresa tentava, desde 2002, renovar um contrato que mantinha com a Caixa Econômica Federal.

A GEtch processava as loterias da Caixa. A instituição, porém, decidiu romper o contrato. Julgava-se em condições de executar o serviço por conta própria.

Sob o risco de perder um negócio que lhe rendia R$ 22 milhões por mês, a GEtch montou, no dizer da Procuradoria, uma “operação de guerra”.

No alvorecer do governo Lula, a multinacional achegou-se a pessoas que poderiam influir nos rumos do negócio.

A denúncia recepcionada pela Justiça anota que Waldomiro Diniz era a “peça mais relevante do esquema” montado pela GEtch.

A empresa chegou a Valdomiro, à época um assessor da equipe do então ministro José Dirceu (Casa Civil), por intermédio de Carlos Augusto Ramos.

Trata-se de um empresário do ramo de jogos. Chamado de Carlinhos Cachoeira, conhecera Waldomiro no Rio.

Na época, Waldomiro era presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro). Em cena filmada, recebeu propina de Carlinhos.

Exposta na TV, a cena virou notícia e resultou num escândalo que forçou o governo Lula a afastar Waldomiro da Casa Civil.

Segundo a Procuradoria, Waldomiro não tardou a se interessar pelo negócio proposto pela GTech. Comprometeu-se a defender os interesses da empresa na gestão Lula.

Diz a denúncia: Ele “tinha por hábito cobrar propina e assim buscava nova fonte de recursos”.

No caso específico, a propina oferecida a Waldomiro e aos outros demais participantes do esquema variava de R$ 500 mil a R$ 20 milhões.

A cifra seria calibrada, segundo a Procuradoria, conforme o prazo de renovação e o desconto do contrato da GTech com a Caixa.

Além de Waldomiro, foi seduzido pela GTech o advogado Buratti. Ele trabalhara com Antonio Palocci na época em que o petista era prefeito de Ribeirão Preto.

Palocci era ministro da Fazenda, uma pasta cujo organograma inclui a Caixa. Buratti foi acionado para defender a GEtch junto ao amigo-ministro.

Afora Waldomiro, Carlinhos Cachoeira e Buratti, viraram réus os dirigentes da GTech Brasil na época da encrenca.

São eles: Antônio Carlos da Rocha, Marcos Tadeu de Oliveira Andrade e Marcelo Rovai.

A lista inclui, de resto, um advogado da multinacional, Enrico Giannelli; e o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social, Fábio Rolim.

A denúncia do Ministério Público havia sido protocolada na 10ª Vara Federal do DF no dia 20 de setembro do ano passado.

A decisão do juiz Ricardo Leite, tomada na quinta (27), foi divulgada no portal do Ministério Público Federal nesta sexta (28).

Os oito réus responderão, conforme a participação de cada um, pela prática de três crimes:

São eles: concussão (extorção praticada por funcionário público), corrupção ativa e passiva e estelionato.

Escrito por Josias de Souza

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