Presidente cobra "fatos políticos" para alavancar campanha de Mercadante.
Em comício no ABC, candidata petista diz que eleição não está ganha e tenta estimular a militância da sigla.
Em comício no ABC, candidata petista diz que eleição não está ganha e tenta estimular a militância da sigla.
A candidata petista Dilma Rousseff e o presidente Lula, ontem, durante evento em Mauá
ANA FLOR
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
A pesquisa Datafolha que mostra Dilma Rousseff (PT) com 47% das intenções de voto contra 30% de José Serra (PSDB) permitirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dedicar à campanha eleitoral em São Paulo - o maior temor dos tucanos.
Já na sexta à noite, em discurso em Osasco, Lula anunciou que sua prioridade na eleição é o Estado, governado há 16 anos pelo PSDB.
Ele cobrou da coordenação da campanha de Aloizio Mercadante a criação de "fatos políticos" para conquistar um triunfo no maior colégio eleitoral do país.
Apesar disso, em outro comício, realizado ontem em Mauá (SP), Dilma Rousseff minimizou a pesquisa e tentou estimular a militância.
"Pesquisa não ganha eleição para ninguém. Ganha uma eleição o povo votando no dia 3 de outubro", disse. "O que garante é a gente trabalhar de hoje até o dia 3, batalhar muito, perder muita voz e conversar com o povo."
Em discurso, a ex-ministra voltou a falar sobre o assunto: "Não podemos achar que o jogo acabou. Um bom jogador tem de jogar a partida inteira", disse. No entanto, pela primeira vez Dilma citou a perspectiva de triunfar no primeiro turno da eleição.
Lula disse acreditar que a ex-ministra tem menos votos entre as mulheres por preconceito, e elogiou a candidata. "Se eu tivesse um filho, e não tivesse a Marisa, eu dava para ela [Dilma] cuidar", disse Lula, ao falar da confiança que tem em Dilma.
Lula pediu que, até amanhã, a campanha de Mercadante crie uma lista de temas políticos para atacar a gestão tucana. No discurso, o presidente citou o primeiro deles: os pedágios. Disse que os valores cobrados nas estradas paulistas são "um roubo".
Na noite de sexta, Lula conversou com Mercadante, com o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, coordenador da campanha ao governo do Estado, e com o presidente do PT-SP, Edinho Silva.
VIRADA
Lula afirmou que suas participações na campanha no Estado, por meio da TV e de comícios, não são suficientes para virar a disputa. Segundo ele, é preciso "fatos políticos" para atacar os tucanos.
Mais tarde, ele criticou abertamente o discurso de se levar a disputa de São Paulo para o segundo turno. Ele cobrou que se defenda uma vitória no primeiro turno.
Com a vitória de Dilma no primeiro turno aparentemente encaminhada, tucanos temem que Lula se dedique a transferir seu prestígio para Mercadante, ameaçando a vitória até agora aparentemente fácil de Alckmin.
Além de São Paulo, Lula pretende concentrar sua participação na reta final da campanha em Minas Gerais, onde o pleito, apesar da vantagem do candidato lulista, Hélio Costa (PMDB), é considerado bastante acirrado.
Em São Paulo, segundo o último levantamento do Datafolha, Alckmin aparece com 54% das intenções contra 16% de Mercadante.
Uma maior participação de Lula na campanha do petista Aloizio Mercadante ao governo era a maior preocupação de tucanos ontem.
As campanhas não sabem avaliar o impacto que a nova estratégia petista pode ter na eleição em São Paulo.
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