Dados de milhões de pessoas que se inscreveram para a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nos anos de 2007, 2008 e 2009 vazaram ontem na internet.
As informações estiveram disponíveis para todos os internautas em site mantido pelo Ministério da Educação por ao menos três horas, entre as 14h e as 17h de ontem.
De acordo com a pasta, da página constavam apenas nome, RG, CPF, nome da mãe e número de matrícula dos candidatos.
A Folha apurou que dados do perfil socioeconômico e do desempenho dos inscritos para a prova também ficaram disponíveis.
A página que ficou aberta na tarde de ontem é acessada por instituições de ensino, que precisam de dados como renda e nota do candidato para a concessão de bolsas, por exemplo.
O ministério não soube informar quantas pessoas tiveram seus dados expostos.
Só em 2009, cerca de 4 milhões se inscreveram no Enem, cuja nota é usada no processo seletivo de muitas universidades.
OUTROS PROBLEMAS
Há quase um ano, o Enem coleciona problemas.
O mais grave deles ocorreu em outubro de 2009. Após ser impressa, a prova do Enem acabou furtada. O vazamento das questões fez com que o governo tivesse que adiar o exame.
Um mês antes, outro problema. Em setembro, época da convocação dos alunos, alguns estudantes foram informados para prestar a prova em locais distantes até 30 km de suas casas.
Por causa de todo o imbróglio de 2009, a USP e a PUC-SP desistiram de usar o Enem como parte de sua nota.
Neste ano, USP e Unicamp voltaram a tomar a mesma decisão. A justificativa é que a prova do Enem deste ano, marcado para novembro, vai ser realizado muito tarde.
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