O Tribunal de Justiça de São Paulo adiou nesta quarta-feira (29) a decisão definitiva sobre o mandado de prisão contra o policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza e o vigia Evandro Bezerra da Silva. Os dois são acusados pela morte da advogada Mércia Nakashima, ex-namorada de Mizael.
A decisão foi adiada porque os desembargadores Vico Mañas e Eduardo Pereira pediram vistas do processo. Já a relatora, a desembargadora Angélica de Almeida, votou pela revogação da prisão preventiva.
Mércia foi vista pela última vez no dia 23 de maio na casa dos avós em Guarulhos. Foi encontrada morta em 11 de junho na represa de Nazaré Paulista. Segundo a perícia, a advogada foi agredida, baleada, teve a mandíbula quebrada e morreu afogada dentro do próprio carro no mesmo dia em que sumiu.
Para o Ministério Público, Souza matou a ex-namorada movido por ciúmes, e o vigilante Evandro Bezerra Silva o ajudou na empreitada criminosa. O promotor alegou que as provas determinantes para o convencer da autoria do crime foram a quebra do sigilo telefônico e os depoimentos contraditórios de Souza.
O ex-policial tinha um celular, registrado em nome de terceiros, em que conversou 16 vezes com o suposto comparsa no dia estimado do crime. Além disso, a polícia descobriu que, sempre que falava com o vigia, voltava a ligar para a ex-namorada.
Laudos periciais reforçam a suspeita sobre Souza. Um deles, divulgado nesta sexta-feira, mostra que horários registrados pelo rastreador do carro dele não são compatíveis com seu depoimento. Outro apontou a presença de uma alga, que seria semelhante a algas presentes na represa, no sapato de Souza. Além da alga, foram encontrados na sola do sapato resíduos de chumbo compatíveis com a bala que feriu Mércia, uma mancha de sangue e um pedaço de osso. Souza nega as acusações.
O promotor do caso, Rodrigo Merli, também não descartou a possibilidade de um terceiro envolvido, que seria o irmão de Souza, Altair Bispo de Souza. “Mas até o momento não temos elementos suficientes para incriminá-lo”, disse.
O Ministério Público pede que a polícia, em procedimento separado, prossiga as investigações sobre eventual envolvimento de Altair. A promotoria pretende que seja esclarecido o motivo das 27 ligações telefônicas mantidas entre ele e Mizael.
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