O Lula das últimas 72 horas revelou-se um cabo eleitoral otimista com o futuro de sua candidata.
Em diálogos privados, elogiou o desempenho de Dilma Rousseff. Acha que sua pupila “parou de errar”.
Melhor: na sua avaliação, o rival José Serra se “atrapalhou”. Mencionou a demora na escolha do vice e a falta de discurso.
Em diálogo ocorrido nesta sexta (11), Lula discorreu sobre o papel que pretende exercer na sucessão.
Afirmou que fará por Dilma mais do que faria se fosse ele próprio o candidato. Toma a disputa de 2010 como uma “questão pessoal”.
Na véspera, em outra conversa, dissera que enxerga na vitória de Dilma o “coroamento” de sua gestão. Daí o empenho.
Revelou que vai encomendar à assessoria uma pesquisa. Lula quer saber quantos presidentes antes dele conseguiram “fazer o sucessor”.
Acredita que, no seu caso, a sucessora será feita. Enalteceu o comportamento do PT. A seu juízo, o partido adquiriu “maturidade”.
O amadurecimento ficou evidente, segundo Lula, em dois movimentos. Num, o petismo de Minas foi ao palanque de Hélio Costa (PMDB).
Noutro, o PT federal impôs à seccional do Maranhão o apoio a Roseana Sarney (PMDB).
No dizer de Lula, o PT se deu conta de que, para obter o “prioritário” –a eleição de Dilma— é preciso abrir mão do “secundário” –os interesses regionais.
Lamentou a presença de Marina Silva (PV) na cédula eleitoral. Receia que a ex-petista e ex-ministra de seu governo empurre a eleição para o segundo turno.
No seu ponto de vista, o ideal seria um embate de round único. Mas decidiu sublimar a contingência. Não se pode controlar tudo, disse.
Acha que, de um modo ou de outro, Dilma prevalecerá sobre Serra. Atribui especial relevo ao cenário econômico.
Animou-o o crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2010 –9%, na comparação com o mesmo período de 2009.
A despeito das providências que o governo terá de adotar para trazer o crescimento anual para a casa dos 6%, imagina que a percepção de prosperidade ajudará Dilma.
Lula se diverte com o esforço de Serra para poupá-lo de críticas. Declarou que, nos próximos meses, vai virar uma “pedra no sapato” do candidato tucano.
Pretende iluminar a “inconsistência” do discurso alternativo. Como? Dirá que a continuidade do gestão aprovada por 76% dos eleitores se chama Dilma, não Serra.
Tomado pelas declarações feitas nas horas que antecedem a convenção deste domingo (13), na qual o PT ratificará Dilma, Lula se imagina o pêndulo da balança.
Numa eleição acirrada, o presidente se auto-atribui, sem “falsa modéstia”, a condição de "fator de desequilíbrio".
Disse que, munido de pareceres dos advogados, entre eles uma avaliação verbal do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), vai à campanha sem amarras.
Planeja executar um enredo que o distancia do papel de magistrado. Na TV e nos palanques estaduais, agirá como um cabo eleitoral explícito.
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