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domingo, 20 de junho de 2010

"Só faltam me executar", diz Mizael Bispo em entrevista ao DG.

Juliana Aguiar Carneiro



Fonte: DG: Da Redação
 
O Diário de Guarulhos entrevistou na noite de ontem, com exclusividade, o advogado Mizael Bispo de Souza, 40 anos, principal suspeito do assassinato da advogada Mércia Nakashima, 28. Em duas horas de entrevista Souza contou com detalhes o que fez no dia 23 de maio, data do desaparecimento da advogada, e como esse acontecimento mudou a sua rotina.

Diário de Guarulhos - Como você conheceu a Mércia?

Mizael Bispo de Souza - Eu conheci a Mércia em julho de 2005, por meio de sua irmã Cláudia, que fez faculdade de Direito comigo, na Universidade Guarulhos (UnG). Cláudia indicou a irmã para trabalharmos juntos e logo em seguida já estávamos namorando. Tudo isso em menos de um mês. Ficamos juntos quatro anos e dois meses.

DG - E quando vocês terminaram?

MBS - Em setembro de 2009. Estávamos voltando do Tribunal de Justiça, quando eu parei o carro em frente ao escritório, ela me disse que achava que não queria mais namorar. A gente continuou se encontrando, sem ter um relacionamento sério e a família dela nunca soube disso.

DG - Como era a relação de vocês?

MBS - Tínhamos planos de casar, até compramos o enxoval. Sempre viajávamos e antes do pai dela voltar do Japão, ela dormia em casa. Mércia era ciumenta, e não vou negar que também tinha um pouco de ciúmes dela, mas com o tempo nós aprendemos a lidar com o jeito um do outro. Tínhamos uma boa relação.

DG - A família aceitava o relacionamento?

MBS - Não, nunca gostaram do nosso namoro. Tanto que o irmão dela, o Márcio, a colocou para fora de casa, em janeiro de 2006. Ele disse que ou ela saía de casa, ou ela continuava namorando comigo. Ela decidiu sair e achou que era melhor ficar no apartamento do pai com a irmã.

DG - Como foram os últimos encontros antes do desaparecimento?

MBS - Na quarta-feira (19 de maio) fizemos uma audiência juntos e depois fomos almoçar em uma churrascaria no Centro de Guarulhos, na Avenida Paulo Faccini. Depois a deixei na porta do estacionamento, onde estava o carro dela, e fui para o meu curso. Na quinta-feira (20) ela me ligou às 12h05 no meu escritório querendo ir para o cursinho, junto comigo. Quando faltava uma hora para terminar a aula, decidimos ir embora e acabei a deixando em sua casa. Na sexta-feira (21), Mércia me ligou à noite, por volta das 18h, e acabamos decidindo nos encontrar de novo. Fomos ao shopping Bonsucesso para jantar e depois nos dirigimos para um motel. No sábado (22), decidimos ir ao cinema e jantamos em casa. Quando foi por volta da 1h30 eu acompanhei o seu carro, até a casa dela, por segurança, afinal já era de madrugada.

DG - O que você fez no dia do desaparecimento de Mércia?

MBS - Eu levantei por volta das 10h e recebi uma ligação da minha ex-sogra dizendo que tinham sequestrado a minha filha, de 9 anos e minha ex-mulher. Peguei o carro e sai desesperado atrás delas. Depois liguei pra minha filha e descobri que ela estava no supermercado. Liguei para a Mércia, por volta das 14hs, para contar o acontecido, mas ela não me retornou. Foi o pai dela que me ligou para avisar do sumiço.

DG - Você esteve próximo a represa de Nazaré, como foi divulgado?

MBS - Não, não estive lá. Você pode olhar o meu rastreador para comprovar. O que todos questionam é sobre as 3h30 que fiquei parado próximo ao Hospital Geral de Guarulhos (HGG), no Parque Cecap. Encontrei com uma mulher lá, questionei se ela era garota de programa e ela disse que dependia. Fiquei com ela dentro do meu carro, tivemos relações sexuais por duas vezes e depois fui embora. Eu queria muito que ela fosse encontrada viva, porque só assim as pessoas parariam de desconfiar de mim, ela seria o meu melhor álibi.

DG - E sobre a camisa e os sapatos que foram apreendidos pela polícia em sua casa?

MBS - O meu sapato tinha terra porque moro em uma rua sem asfalto, já a camisa que eles levaram era um pano de chão. Eu rasguei ela no portão da casa do meu irmão. Já me julgaram, me condenaram, só faltam me executar.

DG - Conhece a região da represa de Nazaré?

MBS - Não, nunca estive lá. Quando era policial militar fiquei apenas dois meses na cidade, e no 15º Batalhão, que não tem nada a ver com aquela região. Já vi reportagens dizendo que eu frequentava o local com o meu pai, tudo mentira. Meu pai mora na Bahia, como pode conhecer aquela região? Agora a novidade é que tenho um cúmplice, um segurança de um posto de gasolina. Afirmo que conhecia ele, mas porque sempre abastecia no local, não era meu amigo.

DG - A Mércia recebia ameaças?

MBS - Sim, de um cliente que não queria pagá-la. A polícia está investigando isso também, mas já precisei ir buscá-la mais de três vezes em seu escritório. A família quer um culpado e esse culpado tem que ser eu, ninguém quer descobrir quem cometeu o crime e sim me culpar.

DG - Como foi quando você soube da morte de Mércia?

MBS - Fiquei muito abalado, chorei muito. Gostava muito dela, mas confesso que até o momento não tive tempo de pensar em tudo o que aconteceu e está acontecendo. Não consigo fazer mais nada, todos me reconhecem na rua. Mas as investigações vão provar que eu sou inocente. Não sou um homem agressivo e nunca bati na minha ex-mulher, nem em ninguém.

Um comentário:

  1. È claro que o Mizael,muito inteligente,conhecedor de todos os labirintos juridícos,operou tudo,como um hábil cirurgião,com uma técnica que beira a perfeição.
    Só não contava que esse caso,tomasse tamanha proporção.
    Se a polícia consiguirá provar sua culpa ? Não dá para saber ainda...
    È extremamente difício acreditar em sua inocencia !!!!

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