Mal assumiu a presidência, em 1990, Fernando Collor disse: “Em três meses, quero a direita indignada e a esquerda perplexa”. Deu no que deu.
Nesta segunda (10), Collor (PTB) confirmou que vai disputar o governo de Alagoas, onde tudo começou.
Busca o apoio de Renan Calheiros (PMDB). Promete apoiar Dilma Rousseff (PT). Ou seja: quer a direita impregnada e a pseudo-esquerda anexa.
Sem Collor, esboçava-se em Alagoas uma disputa polarizada: o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) versus o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).
Agora, Renan balança entre Collor e Lessa. Reaproximou-se do primeiro em Brasília. Mas o segundo lhe convém mais em Alagoas.
Antes de se embrenhar na corrida pelo governo, Lessa era candidato ao Senado. As pesquisas indicavam que beliscaria uma vaga.
A outra cadeira no Senado, a julgar pelas mesmas pesquisas, seria conquistada pela presidente do PSOL, Heloísa Helena. Renan corria o risco de ficar de fora. Daí o interesse em tonificar Lessa.
De concreto, por ora, apenas a evidência de que Dilma passa a dispor de dois palanques em Alagoas –o de Lessa e o de Collor.
Serra só tem o de Teotônio Filho. Mas não lamenta. Longe disso. Nesta segunda, a propósito, perguntou-se ao presidenciável tucano:
O senhor vai querer o apoio do PP do Paulo Maluf? E Serra: “Não é o PP do Maluf. O Maluf é um. Tem o partido do Collor...”
“...O Collor apoia a Dilma, seu partido não sei pra onde vai. Vou querer somar ao máximo os apoios, com base no meu programa, nas ideias que eu apresento”.
Entra sucessão, sai sucessão o lero-lero é sempre o mesmo: programas e idéias de um lado, prontuários ressuscitados do outro.
Enquanto um candidato não recusar determinados apoios o Brasil da política será sempre um pré-Brasil.
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