Fábio Pozzebom/ABr
O deputado Antonio Palocci (PT-SP) anunciou há três dias que desistiu de concorrer à reeleição para a Câmara.
Vai se dedicar integralmente à coordenação da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Há, sob a decisão, um projeto.
Se eleita, a candidata petista vai devolver Palocci ao primeiro escalão. Planeja fazer dele o seu chefe da Casa Civil.
Sob Lula, Palocci foi ministro da Fazenda. Realizou uma transição suave. Sob Dilma, cuidará da articulação política do governo.
Será o que José Dirceu foi para Lula antes de o escândalo do mensalão carbonizá-lo.
Dono de personalidade acomodatícia, Palocci tem trânsito fácil na oposição. Dá-se bem até com José Serra.
Deve as boas relações com a oposição à gestão que realizou na Fazenda. Ao assumir, em 2003, patrocinou uma transição suave.
Manteve o tripé econômico adotado na administração de FHC –meta de inflação, câmbio flutuante e higidez fiscal.
Preservou também parte da equipe herdada do governo anterior. Era mais criticado no PT que na oposição.
Não fosse pelo modo como caiu, Palocci talvez ocupasse, hoje, a candidatura que Lula deu a Dilma.
Perdeu o cargo de ministro e a perspectiva do projeto presidencial nas pegadas do escândalo da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.
Absolvido pelo STF por suposta falta de provas de seu envolvimento no malfeito, Palocci cogitou disputar o governo de São Paulo.
Foi demovida da ideia por Lula, que o empurrou para dentro do comitê de Dilma. A Casa Civil iria à biografia de Palocci como uma espécie de ressurreição.
A "companheira" também deveria acomodar o Zé Dirceu no ministério da Justiça, o Genuíno no Banco Central, o Delúbio na Educação, o Silvinho Pereira na Indústria e Comércio e, quem sabe, pela coligação, Tuminha nas relações exteriores. Sem dúvida! Um excelente ministério.
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