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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Em propaganda gratuita, DEM exibe Serra e usa slogan tucano "Brasil pode mais"

Diego Salmen

Do UOL Eleições

De São PauloO DEM exibiu nesta quinta-feira (27) o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) em seu horário eleitoral gratuito. O partido também recorreu ao slogan "O Brasil pode mais", usado pelo tucano em sua corrida pela Presidência da República. A peça foi veiculada em cadeia nacional de rádio e TV.

"A propaganda foi muito bem aproveitada pelo Serra, tinha emoção", analisa o cientista político da USP (Universidade de São Paulo) e especialista em marketing eleitoral Gaudêncio Torquato. "A exibição do mural do Rodoanel com os nomes dos trabalhadores foi muito emotiva, o ponto alto, pega muito pelo coração dos trabalhadores. Propaganda boa é a que pega pelo coração".

A transmissão teve o discurso da "união" do país como mote, além da exaltação da figura de Serra. Além dele, falaram o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o senador José Agripino Maia (DEM-RN).

Torquato considera correta a estratégia do DEM e do PSDB no decorrer da peça. "O discurso foi todo no sentido de mostrar unidade, integração, que o Brasil pode mais", diz, em referência ao bordão tucano. "A estrela foi o Serra, e a estratégia foi correta no sentido de resgatar a visibilidade dele", avalia.

Ainda nesta quinta-feira, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou uma liminar do PT que buscava impedir a exibição do programa partidário do DEM. Ao ajuizarem a ação, os petistas consideraram que houve veiculação de propaganda eleitoral de Serra, o que é proibido por lei.

Legislação "capenga"

Para o analista, "não há dúvida nenhuma" de que o programa do DEM fez propaganda eleitoral antecipada ao exibir o presidenciável tucano. "Não pode haver nenhuma mistificação neste momento: o PT fez propaganda antecipada, e o DEM fez propaganda antecipada", diz. "É sofisma dizer que nao está havendo propaganda eleitoral".

A legislação eleitoral, avalia Torquato, não ajuda na hora de punir irregularidades nas propagandas partidárias. "Essa legislação [eleitoral] é muito capenga", afirma. "Não pode pedir voto? É um sofisma. Não se tem uma clareza sobre o que pode e o que não pode fazer", diz.

"Vamos eleger o novo presidente da República", disse Bornauhsen em sua exposição. Na sequência, foi a vez de Agripino Maia. "É triste ver o governo do PT usar seu espaço de propaganda para semear a discórdia entre irmãos", disse o potiguar.

Logo a seguir, veio o presidenciável tucano. "O governo deve unir a nação; de mim, não se deve esperar que estimule disputa de pobres contra ricos, de ricos contra pobres", disse Serra. "O Brasil pode ser muito mais do que é hoje", afirmou. A aliança entre PSDB, DEM e PPS também foi citada durante o programa.

Além de reforçar seu bordão de como pré-candidato ao Palácio do Planalto, Serra falou também sobre meio ambiente, economia e sobre sua atuação na Assembleia Constituinte de 1988, quando citou a emenda que criou o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), de sua autoria.

"Quem conhece José Serra, sabe que é sempre possível fazer mais e melhor", discursou o presidente do DEM, Rodrigo Maia. "O futuro começa aqui e agora, com uma força e pujança poucas vezes vistas na história deste país".

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