Principal novidade da campanha eleitoral, o azedume que José Serra injetou no discurso não será reproduzido na propaganda de TV do candidato.
O Serra da televisão não vai repetir, por exemplo, a acusação de vínculo do PT com as Farcs que o Serra das entrevistas dos últimos dias alardeou.
Os operadores do comitê tucano concluíram que esse tipo de ataque serve para constranger o petismo, mas não rende votos para Serra.
Tampouco retira votos da rival Dilma Rousseff. Munido de pesquisas quantitativas e qualitativas, o QG de Serra verificou:
1. O pedaço do eleitorado sensível ao discurso de que o PT é dúbio nos valores que professa já vota em Serra.
2. O grosso do eleitorado de Dilma, simpático a Lula e agradecido pelas benesses do Bolsa Família, nem sabe o que são as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Na estratégia de campanha de Serra, a vinculação do PT com as Farc foi reduzida à condição de um “acidente de percurso”.
Resultado de um “escorregão” de Índio da Costa (DEM-RJ). Algo que, para não desautorizar o vice, Serra viu-se compelido a endossar. Parcialmente.
Ao corroborar o vice, o candidato teve o cuidado de não repisar o pedaço da declaração de Índio que insinuava o envolvimento do PT com o narcotráfico.
O assunto ainda terá alguma sobrevida no noticiário, graças às ações judiciais movidas pelo PT contra Índio e o PSDB.
Mas, a depender do tucanato, vai ficar nisso. Na propaganda de televisão, Serra pretende se ocupar de sua própria biografia.
Os responsáveis pelo marketing da campanha tucana contemplam a hipótese de recorrer a ataques pontuais. Sempre a Dilma e ao PT, jamais a Lula.
Mas está decidido que a chamada “baixaria” não será a tônica da propaganda eletrônica. As pesquisas internas indicam que o jogo bruto não se trazuz em votos.
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