O eleitor brasileiro já aprendeu que programa de governo não é senão um tratado de verdades que se esquecerão de acontecer.
A despeito disso, incluiu-se no rol de obrigatoriedades impostas aos presidenciáveis de 2010 a apresentação de um programa à Justiça Eleitoral.
A exigência parece ter embatucado o PT.
Na segunda-feira (5), ao protocolar o registro da candidatura de Dilma Rousseff, o partido apresentou um programa.
Criticada pelo azedume, a peça foi substituída, sete horas depois, por uma outra, com gosto de flor de laranjeira.
Pois bem. Depois de convidar a platéia a esquecer o primeiro documento, o petismo pede agora que seja ignorado também o segundo.
Os aliados de Dilma, o PMDB à frente, exigem ajustes. De modo que vem aí um terceiro programa para Dilma.
Ouça-se, a propósito, o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo (SP):
Esse texto [o segundo] foi para cumprir o prazo estabelecido pelo TSE. Ainda não houve tempo necessário para discutir o programa...”
“...Mas isso será feito e os pontos serão produzidos em conjunto [com os partidos que integram a coligação pró-Dilma]...”
“...Esse programa final será o resultado dessa ampla discussão que pensa o que é melhor para o país”.
Dito de outro modo: o PT tornou-se um partido que briga para acomodar Dilma no poder para, elegendo-a, executar o programa do PMDB.
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