Fundador e ideólogo do MST, João Pedro Stédile condiciona o futuro próximo do MST ao resultado da sucessão presidencial.
Ele falou à repórter Natuza Nery. Na entrevista, previu que, sob Dilma Rousseff, haverá um aumento do número de invasões de terras.
Se o vitorioso for José Serra, “o pior dos mundos”, acha que a violência no campo vai recrudescer.
Ao esmiuçar seu raciocínio, Stédile comparou Serra a um patrão opressor. E Dilma a uma companheira dos sem terra.
"Um operário, diante de um patrão reacionário, não se mobiliza”, disse o mandachuva do MST.
“Com Dilma, nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar, que poderemos avançar, fazendo mais ocupações e mais greves".
Acrescentou: "Se o Serra ganhar, será a hegemonia total do agronegócio. Será o pior dos mundos...”
“...Haverá mais repressão e, por isso, tensão maior no campo...A vitória dele é a derrota dos movimentos sociais".
Stédile faz ressalvas à gestão petista: "Lula não fez reforma agrária, mas uma política de assentamento. Metade dos números do governo é propaganda".
A despeito disso, o MST prefere apoiar Dilma a associar-se a candidaturas como a de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), mais comprometido com a causa agrária.
Ao explicar a opção, Stédile recorre a uma metáfora futebolística:
"É como se você percebesse que seu time pode cair pra segunda divisão e faz o que for possível para vencer o campeonato".
Para o MST, a permanência na “primeira divisão” é vital. O grosso do sustento do movimento é extraído das arcas da Viúva.
No gogó, Dilma diz ser contra a invasão de terras. Mas não parece disposta a interromper o duto que liga o MST ao Tesouro.
Serra tende a mimetizar FHC que, na metade do segundo mandato, tratou o MST a pão e água.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será exibido após aprovado pelo moderador. Aceitamos todas as críticas, menos ofensas pessoais sem a devida identificação do autor. Obrigado pela visita.