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sábado, 10 de julho de 2010

Stédile: Com Serra, ‘Haverá tensão maior no campo’.

Fundador e ideólogo do MST, João Pedro Stédile condiciona o futuro próximo do MST ao resultado da sucessão presidencial.

Ele falou à repórter Natuza Nery. Na entrevista, previu que, sob Dilma Rousseff, haverá um aumento do número de invasões de terras.

Se o vitorioso for José Serra, “o pior dos mundos”, acha que a violência no campo vai recrudescer.

Ao esmiuçar seu raciocínio, Stédile comparou Serra a um patrão opressor. E Dilma a uma companheira dos sem terra.

"Um operário, diante de um patrão reacionário, não se mobiliza”, disse o mandachuva do MST.

“Com Dilma, nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar, que poderemos avançar, fazendo mais ocupações e mais greves".

Acrescentou: "Se o Serra ganhar, será a hegemonia total do agronegócio. Será o pior dos mundos...”

“...Haverá mais repressão e, por isso, tensão maior no campo...A vitória dele é a derrota dos movimentos sociais".

Stédile faz ressalvas à gestão petista: "Lula não fez reforma agrária, mas uma política de assentamento. Metade dos números do governo é propaganda".

A despeito disso, o MST prefere apoiar Dilma a associar-se a candidaturas como a de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), mais comprometido com a causa agrária.

Ao explicar a opção, Stédile recorre a uma metáfora futebolística:

"É como se você percebesse que seu time pode cair pra segunda divisão e faz o que for possível para vencer o campeonato".

Para o MST, a permanência na “primeira divisão” é vital. O grosso do sustento do movimento é extraído das arcas da Viúva.

No gogó, Dilma diz ser contra a invasão de terras. Mas não parece disposta a interromper o duto que liga o MST ao Tesouro.

Serra tende a mimetizar FHC que, na metade do segundo mandato, tratou o MST a pão e água.

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