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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sindicato quer saber da Receita por que nome de servidora vazou para a imprensa.

O Sindireceita (sindicato que representa os analistas tributários do país) vai protocolar ainda hoje um pedido de esclarecimento ao secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e ao corregedor-geral do fisco, Antônio Carlos Costa d'Ávila Carvalho, para saber por que o nome da servidora Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva foi "vazado" para a imprensa.

Dirigentes e advogados do Sindireceita estão reunidos neste momento para finalizar o texto que será enviado ainda hoje à cúpula da Receita.

Antonia é investigada como suspeita de ter acessado de forma "imotivada" a declaração de Imposto de Renda de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB. A acusação consta em processo administrativo disciplinar aberto pela Corregedoria em julho deste ano.

Por meio do sindicato ao qual é filiada, a analista tributária disse "desconhecer" a acusação de que teria acessado de forma "imotivada" os dados fiscais de EJ, como o dirigente tucano é conhecido. Ela também afirmou, por meio do sindicato, não ter filiação política e que não conhece o tucano.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, também afirmou ontem que, segundo levantamento preliminar da sigla, Antonia não é filiada ao PT de São Paulo.

Antonia trabalha em uma unidade do fisco em Mauá, no ABC paulista, e é servidora da Receita desde 1995. Chefe do escritório da Receita em Mauá (SP), ela foi exonerada do cargo no dia 8 de julho, uma semana depois de passar a ser formalmente investigada pela Corregedoria da Receita.

Como revelou a Folha no dia 12 de junho, o IR do tucano constava de dossiê montado pelo "grupo de inteligência" que atuou na pré-campanha da petista Dilma Rousseff à Presidência.

A Receita não descarta também a possibilidade de a senha de Antonia ter sido usada por outro funcionário sem o consentimento dela. Esta hipótese é investigada no processo administrativo em andamento para apurar o caso.

No último sábado, o corregedor-geral da Receita Federal afirmou à Folha que quer encerrar em 60 dias a investigação sobre o vazamento do Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB. O secretário Cartaxo havia afirmado a parlamentares do Senado que a investigação levaria 120 dias.

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