Keyla Santos - Fotos: Ana Paula Almeida 05/07/2010 08:52
Alunos da Faculadade Eniac desenvolveram o projeto Feira Viva para identificar os problemas dos feirantes e consumidores no dia a dia.
Consumidores de feiras livres, segundo pesquisa, são mulheres de 36 a 59 anos, da classe C, gastando em média de R$ 11 a R$ 30, quase a metade não dispensa o tradicional pastel, e apontam falta de confiança na higiene dos produtos quando comparados ao maior concorrente, que são os supermercados, mas acessíveis e sempre abertos, às vezes até 24 horas por dia. Entretanto, apontam que as feiras proporcionam maior economia, com produtos mais baratos e mais frescos. Os dados foram identificados por um estudo de estudantes e professores universitários de Guarulhos, com o objetivo de dar apoio aos comerciantes.
O projeto Feira Viva Guarulhos está sendo desenvolvido pela Faculdade Eniac, visando identificar os problemas que os feirantes e consumidores enfrentam no dia a dia e pretende propor soluções que poderão ser implementadas a partir do próximo semestre. Nesta primeira fase, as pesquisas foram realizadas entre os meses de março e junho de 2010 e patrocinadas pelo Sindicato dos Feirantes (SindFeira). A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU) e a Câmara Municipal.
As principais preocupações identificadas nas pesquisas, segundo o professor da Faculdade Eniac, Clóvis Ferratoni estão voltadas à higiene e limpeza dos alimentos e ruas. São destaques também, a necessidade de banheiros públicos e segurança pública mais presente.
Dentre os resultados do perfil psicológico é possível observar que os principais consumidores são mulheres de 36 a 59 anos (32%), do lar (29%), com ensino médio completo (40%). A média salarial fica entre R$1,1 mil a R$725, considerada classe C (54%) e gostaria de frequentar a feira pelo menos uma vez por semana (30%).
Já no aspecto do marketing básico esse público gasta entre R$11 e R$30 (43%) quando vão à feira e além de fazer compras aproveitam para comer pastel (47%). Porém, os consumidores consideram que os feirantes não possuem a mesma preocupação com a higiene que os supermercados e hipermercados (37%), mas, os produtos vendidos nas feiras são mais baratos (48%).
O estudo considerou também, aspectos como meios de informação ao público, meios de informação do feirante e meios de informação ao fiscal, revelando a profundidade da pesquisa.
Essa atitude representa um avanço para a categoria, acredita o presidente do Sindicato dos Feirantes, Hélio Massaki Teruia, pois em nenhum outro momento da história desse tradicional comércio de rua foi realizado um estudo desse porte, preocupado em identificar o perfil do consumidor e as necessidades dos feirantes. "Em tempos de crise muitas empresas quebram, mas a feira livre persiste, por esse motivo é importante para a população", diz.
São muitos os resultados obtidos. Segundo a assessoria de comunicação do SindFeira, na primeira fase foram coletados dados para um diagnóstico situacional. Já no segundo momento serão formuladas propostas aos feirantes e ao poder público, visando a melhoria e consolidação do equipamento de abastecimento das feiras livres.
Muito importante, muito técnico e muito sério o estudo realizado pelos universitários do Curso de Comunicação Social do Eniac. Demonstra a importância e a competência dos que operam as feiras livres, onde, não obstante as dificuldades enfrentadas, a carência total de infra-estrutura onde só contam com o logradouro público, consegue atender a população com muita qualidade e eficiência. Parabéns a este equipamento tão importante para o abastecimento e que, no entanto, sem dúvidas, sofre descriminação com relação aos demais ramos do comércio.
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