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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dia do Funcionário Público

Com pouco a comemorar (outra uma vez) a classe dos funcionários públicos mais uma vez vê a data criada para homenageá-lo passar sem qualquer tipo de alegria.

De fato, se pensarmos bem, a homenagem seria bem devida: diferente de outras classes de trabalhadores, quando no descanso de nossos lares, continuamos a ser funcionários públicos, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano.

Devemos cumprir nossa jornada de trabalho, mas também devemos estar de prontidão para o caso de sermos necessários, por sermos “servidores públicos”, que vai além de servir ao público no sentido estrito, cuidando dos bens e serviços à disposição da coletividade.

Uma tarefa cercada de cobranças: de um lado, aqueles que se utilizam de nossos afazeres para lapidar sua imagem “pública”, buscando direcionar nosso labor para refletir sua face de agente político, quer seja ele de caráter eletivo ou não; de outro, a população em busca do atendimento de suas pretensões, enxergando, sempre que estas são negadas, em nós seu objeto de frustração.

Por opção e capacidade, prestamos concurso para ingressar em uma carreira (que existia na época) onde poderíamos evoluir profissionalmente e financeiramente, uma vez que todos ingressam em algum emprego (e aqui diferencio emprego, onde existe subordinação, de profissão, que esta pode ocorrer ou não) esperando a justa remuneração e reconhecimento pelo desempenho de nosso trabalho.

Hoje, nos cercamos de pseudo funcionários, que como a brisa passam pelo serviço público, deixando seqüelas terríveis no serviço público, principalmente para aqueles que permanecerão e não dependem de para onde o mar os leva; seqüelas estas originadas pelo desrespeito, pelo desconhecimento, pela arrogância e pela ganância desmedida, quando estes atos colidem com a seriedade e retidão daqueles que insistem em tratar o certo como certo e o errado como errado, sem importar-se com partidos (porque partido político algum, mesmo o de quem governa nossa cidade, não é quem paga nossos salários e, portanto, não é nosso patrão, mas sim os munícipes), pois nós optamos pela totalidade.

Se existe algo que nós devemos comemorar no dia de hoje, assim como em todo dia 28 de outubro, é o comprometimento daqueles que levam seu trabalho a sério e não se vendem por cargo algum; daqueles que lutam dia-a-dia para cumprir suas obrigações, mesmo sem a remuneração justa a que têm direito.

Não somos oposição, não somos situação: exercemos nossa função independente de qual bandeira esteja hasteada, mas não devemos mais nos fazer de rogados, devemos nos impor contra aqueles usam o expediente do poder para nos oprimir, bem como não devemos nos compadecer de nossos falsos pares, que para estarem de bem como nossos algozes vendem sua dignidade e seu caminhar ereto por algumas poucas moedas de prata, perseguindo, oprimindo e humilhando aqueles que deveriam auxiliar; a estes devemos reservar nosso desejo pelo correto, e que lhes seja aplicada a justa pena.

A nós, pobres mortais, imbuídos de algum conhecimento e certo grau de propósito, nos resta unirmo-nos, defender a vida e aquilo que prezamos, pois como dizem “o mal vence quando os homens de bem nada fazem”; deixemos de ser cordeiros e passemos a ser o leão que abatem as hienas quando estas o ameaçam.

Neste dia do funcionalismo, vamos abandonar o ostracismo, pois pior do que trair um grupo é omitir-se de tomar o controle da própria vida, deixando que outros lhe dizer o que é correto ou não, que o que lhe impõem é certo e não existe por quê se questionar; cada um sabe o que lhe é caro e precioso, demonstre, mas não abstenha-se, isto é mais do que impróprio para quem deveria ajudar a guiar uma cidade como a nossa.

Emerson Magossi e Carlos Alberto.

Um comentário:

  1. Eu entendo que este termo "servidor público" logo, logo sofrerá mudanças em sua nomenclatura para "servidor político". Na atual conjuntura seria bem mais realista. Não existe mais servidor público, na verdadeira concepção da palavra, o que existe é um aglomerado de pessoas que se submetem a um concurso, em tese, com a finalidade de servir ao público. Outrora este grupo evoluía e passava a comandar esta plêiade. Com a instalação e a dominação da politicagem nesta categoria, todos os que comandam passaram a ser meros subservientes dos administradores de plantão, e mesmo aqueles tidos de carreira, e que assumem estes cargos de mando, os fazem sob a clava da subserviência, caso queira, por necessidade ou conveniência se manter nos referidos cargos. Passam a ser capitães do mato dos demais colegas, passam a servir seu amo com extremo servilismo e demonstrando uma fidelidade canina, tudo como forma de agradar ao seu padrinho que na primeira vacilada o degola sem dó nem piedade. Reage! Manada.

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