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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ex-mulher de Mizael é acusada por advogados de mentir em audiência do caso Mércia.

foto Rivalvo Gomes

Segunda pessoa a testemunhar na tarde desta terça-feira (19) na audiência de instrução sobre a morte da advogada Mércia Nakashima, a ex-mulher do réu e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, Nilza Porto, terminou a sessão taxada pela acusação de fazer denunciação caluniosa e falso testemunho.

A polêmica começou no início dos trabalhos, por volta de 13h40. Antes que ela falasse, o promotor de Justiça Rodrigo Merli pediu a anulação da convocação por considerar que Nilza seria “suspeita de parcialidade”. Ele questionou as razões para que ela tenha sido chamada como testemunha na cota de Mizael, já que no passado, como consta nos autos, ela registrou boletim de ocorrência contra o ex-marido.

O advogado de Mizael, Samir Haddad Jr., então pediu a palavra e passou a defender a presença da testemunha convocada por ele, dizendo que a fala dela poderia ajudar a esclarecer pontos importantes da investigação.

O juiz Leandro Jorge Bittencourt decidiu por escutar Nilza, mas de forma informal, sem que ela precisasse fazer o juramento de dizer a verdade.

Quando começou a responder as perguntas dos advogados, a ex-mulher de Mizael contou que esteve casada com ele “no civil e no religioso” por oito anos e que, enquanto o relacionamento durou, o ex-policial costumava ser ciumento –um dos motivos que teria levado Mércia Nakashima a se separar de Mizael.

Ela confirmou ter uma filha de nove anos com ele e disse que não enfrenta problemas no pagamento da pensão, já que o casal se separou, segundo ela, amigavelmente em 2005.

Nilza negou que tivesse sido agredida por Mizael e, quando questionada sobre o registro de um boletim de ocorrência contra o ex-marido, negou que o tivesse feito. Logo na sequência, Haddad Jr. refez a pergunta e questionou se ela já estivera em alguma delegacia para reclamar dele. Neste momento, ela mudou a versão e disse que sim, que já estivera em uma delegacia para registrar o que chamou de “desentendimento de família”.

O advogado de acusação, Alexadre de Sá Domingues, perguntou a Nilza qual seria efetivamente o motivo que a teria levado a buscar uma autoridade policial. Parecendo estar confusa, a mulher disse apenas que agiu por não concordar com a separação.

Domingues então continuou a questioná-la, lembrando que nas páginas 30 e 40 dos autos constavam dois boletins de ocorrência contra Mizael. Em um deles, como explicou, Nilza aparecia como testemunha em um registro feito pela mãe dela, que reclamava de ameaças de morte feitas pelo ex-policial.

Nitidamente acuada, Nilza tentou desmentir o conteúdo do boletim de ocorrência, dando a entender que tal registro teria sido ideia de sua mãe por desavenças corriqueiras com Mizael.

Foi então que o advogado de acusação pediu a palavra e fez um requerimento oficial ao juiz, pedindo que cópia do interrogatório fosse enviada à promotoria de Guarulhos para apuração e responsabilização da testemunha pelos crimes de falso testemunho e denunciação caluniosa.

Haddad Jr. então fez uma brincadeira entregando o cartão dele para Nilza, como se antecipasse que ela poderia ser uma futura cliente. Em resposta, o advogado de acusação revidou: “Se for assim, você vai distribuir cartão para todo mundo”.

Os advogados de defesa e acusação chegaram a ensaiar uma troca de ironias, mas foram impedidos pelo juiz, que encerrou ali a participação da ex-mulher de Mizael.

Arthur Guimarães

Do UOL Notícias
Em São Paulo

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