Impulsionado pelos votos dos dois deputados federais mais votados do país, o PR conseguiu praticamente dobrar o número de eleitos na Câmara dos Deputados em relação a 2006, e é o partido com a quinta maior bancada. Entre os cinco partidos mais representativos, o PR também foi o que mais cresceu nestas eleições.
Em 2006, o partido havia eleito 23 deputados federais. Neste ano, foram 41, um aumento de 78%. O PT aumentou só 6%, enquanto o DEM caiu 34%.
A comparação leva em conta o número de congressistas eleitos nas urnas, não a bancada atual, composta também por 41 parlamentares. O PR elegeu 23 deputados em 2006, mas outros congressistas mudaram de partido e incharam a sigla.
O avanço foi auxiliado pela grande votação do palhaço Tiririca, que obteve 1.353.820 votos nas urnas, e de Anthony Garotinho, o segundo deputado federal mais votado do país, com 694.862 votos.
Em São Paulo, o quociente eleitoral (número de votos para obter uma cadeira na Câmara) foi de 304.533. Ou seja, os votos de Tiririca divididos pelo quociente dão um total de 4,4. O palhaço elegeu, portanto, a si mesmo e mais três companheiros de coligação: Otoniel Lima (PRB), Vanderlei Siraque (PT) e o delegado Protógenes Queiroz (PCdoB).
Outra contribuição importante saiu de Garotinho, que conseguiu eleger mais três deputados, já que o quociente no RJ foi de 173.883 votos. Ele se filiou ao PR em 2009, anunciando apoio à candidatura de Dilma Rousseff, ato classificado na época como a maior conquista do partido nos últimos dez anos.
Além disso, os votos impulsionam a coligação, que consegue obter mais vagas. No caso de Tiririca, foram beneficiados no cômputo das cadeiras PRB, PT, PR, PCdoB e PTdoB.
O Rio foi o Estado que mais elegeu deputados do PR, um total de oito, seguido de Minas Gerais, com sete, São Paulo, com quatro, e Bahia, com três eleitos pela sigla.
O Partido da República nasceu no final de 2006 como resultado da fusão do PL (Partido Liberal) com o Prona (legenda criada por Enéas Carneiro 1938-2007). Em 2009, ganhou filiados e inchou, com a chegada de nomes como Clodovil Hernandes.
A situação da bancada eleira pode mudar, no entanto, caso fique comprovado que Tiririca não sabe ler nem escrever, requisito básico para se candidatar. Nesta segunda (4), a Justiça Eleitoral recebeu denúncia contra o eleito por “fortes indícios” de que ele seria analfabeto e teria forjado sua declaração. Ele tem dez dias para apresentar sua defesa.
Mais partidos
Na contramão, grandes partidos perderam cadeiras. À exceção do PT, que viu o número de deputados eleitos crescer de 83 para 88, tornando-se a maior bancada, PMDB, PSDB e DEM elegeram menos este ano.
O Democratas, partido abalado por escândalos recentes como o envolvendo o ex-governador José Roberto Arruda, no Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM, foi o que mais caiu. Passou de 84 eleitos em 2002, para 65 em 2006 e 43 hoje. A sigla também sofreu com o deputado do castelo, Edmar Moreira.
O aliado PPS também sofreu com a crise, passando de 22 para 12 deputados eleitos, e agora está entre os partidos com menor participação na Casa.
Os números, no entanto, podem mudar. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda vai julgar os recursos de candidatos pendentes, como o de Paulo Maluf (PP-SP), que obteve 497 mil votos. Barrado na Lei da Ficha Limpa, ele aguarda decisão da Corte sobre seu registro.
Os votos dos candidatos “sub judice” aparecem zerados e não serão contabilizados a menos que os candidatos sejam liberados. Caso isso aconteça, o quociente eleitoral é alterado, e as bancadas sofrerão alterações.
Segundo levantamento concluído pela Folha, candidatos barrados pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa em todo o país receberam pelo menos 8,7 milhões de votos.
Veja o crescimento dos partidos em relação a 2006
PR 78%
PT 6%
PMDB -11%
PSDB -20%
DEM -34%
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